sexta-feira, julho 20, 2007

ACM integra lista dos homens públicos que fizeram história no Brasil


Um dos maiores políticos brasileiros a partir da segunda metade do século 20, Antonio Carlos Magalhães figura, na lista dos homens públicos que fizeram história no Brasil, ao lado de nomes como Luiz Viana Filho, Juracy Magalhães, João Mangabeira, Ulysses Guimarães, Miguel Arraes, José Sarney, Tancredo Neves, Thales Ramalho e Leonel Brizola. Foi talvez, depois de Rui Barbosa, o maior político baiano de todos os tempos.
Polêmico, colecionador tanto de amigos quanto de inimigos, soube encarnar como poucos a cultura baiana. Criticado por todos os lados, transitou com facilidade da amizade com o compositor Caetano Veloso, passando por uma afável convivência com o comunista Fernando Santana (ex-deputado federal), até o exclusivo respeito dos maiores líderes do candomblé baiano. Nenhum outro homem público soube, como ele, encarnar o sincretismo religioso da Bahia.
Apesar de destacar-se desde os tempos de estudante, fortaleceu-se politicamente durante o regime militar brasileiro. Foi durante esse período que exerceu mais poder, sabendo depois adequar-se a fim de transitar preservando seu prestígio na democracia. Sua primeira morte, como ele mesmo dizia, aconteceu em 1998, quando enterrou o filho Luís Eduardo Magalhães, a quem desejava ver no Palácio do Planalto.
Nomeado em 1975, por Ernesto Geisel, presidente da Eletrobrás, conduziu nessa empresa a meta de suprir a carência de eletrificação rural do país. Iniciou a hidrelétrica de Itaparica no Rio São Francisco e tornou possível a execução do primeiro complexo petroquímico planejado do país, no município de Camaçari, a 50 quilômetros de Salvador, hoje com mais de 60 empresas químicas e petroquímicas.
Também em Camaçari, em 1999, conseguiu instalar um complexo automobilístico da Ford, consolidando ali a integração do segmento petroquímico com a industria de transformação. Esse pólo industrial resultou de uma briga fiscal. A Ford tinha contratado a localização da fábrica no Rio Grande do Sul, mas o governo gaúcho quis rever os termos da negociação. A Ford ameaçou transferir o projeto para outro estado. Antes de desfazer-se o impasse, Antonio Carlos Magalhães conseguiu atrair o projeto para a Bahia.
Aproveitar oportunidades foi a maior característica de Antonio Carlos Magalhães. Na agonia do regime militar, quando o brigadeiro Délio Jardim de Mattos, na inauguração do aeroporto de Salvador, fez um discurso atacando os dissidentes do regime que apoiavam a candidatura oposicionista de Tancredo Neves, Antonio Carlos fez uma nota violenta contra o governo, dizendo que traidor era quem apoiava Paulo Maluf para suceder João Baptista Figueiredo no poder.
Com essa atitude, Antonio Carlos Magalhães qualificou-se como um dos principais apoios da candidatura Tancredo Neves e do processo de redemocratização do país. Ele conseguiu ser influente em todos os governos que se seguiram ao regime militar, com exceção do governo de Itamar Franco e do governo de Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 2005. Nenhum político da historia recente do país talvez tenha revelado tanto senso de oportunidade e sido, ao mesmo tempo, tão ousado para atingir seus fins.
No ano 2000, horas antes da votação em que os senadores acabariam cassando o mandato do então senador Luiz Estevão (PMDB-DF), foi acusado de ter ordenado a violação do painel de votações do Plenário. Pressionado pelas investigações conduzidas por uma comissão parlamentar de inquérito (CPI), renunciou ao mandato de senador para não ser cassado. Foi também um homem que marcou sua carreira organizando dossiês e ameaçando adversários com denúncias de corrupção. Era um estilo de fazer política.
Presença marcante em Plenário, Antonio Carlos Magalhães sempre participou dos grandes debates políticos e suas intervenções eram aguardadas com expectativa por parte dos senadores e do conjunto da mídia credenciada na Casa. Foi responsável por várias iniciativas, como a criação do Fundo de Combate à Pobreza, um programa que não conseguiu se firmar, e autor de muitos projetos, abrangendo sobretudo as áreas da Justiça e da segurança pública. Na presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), teve papel relevante na tramitação de matérias que acabaram se convertendo em lei.
Antonio Carlos Magalhães nasceu em 4 de setembro de 1927, em Salvador (BA). Era casado com Arlete Maron de Magalhães, com quem teve quatro filhos. Formou-se médico em 1952 e, por muitos anos, foi redator do jornal Estado da Bahia. Em 1954, elegeu-se deputado estadual pela UDN. Elegeu-se deputado federal em 1958, reelegendo-se em 1962 e 1966. Em 1967, foi nomeado prefeito de Salvador. Também por nomeação assumiu o governo da Bahia de 1971 a 1975.
Em novembro de 75, foi nomeado por Geisel presidente da Eletrobrás, passando também a integrar o conselho de administração da Itaipu Binacional. Em 1979, voltou ao governo do seu estado por nomeação, ficando no cargo até 1983, quando, na agonia do regime militar, resolveu apoiar a candidatura Tancredo Neves e ajudar a fundar o PFL (hoje DEM), o partido que, junto com o PMDB, deu sustentação à redemocratização do país.
Em 1985, morto Tancredo Neves, assumiu o ministério das Comunicações no primeiro governo que sucedeu o regime militar, o de José Sarney, de quem foi grande amigo. Ali ficou até 1990, quando voltou ao governo, desta vez por eleição direta. Em 1994 e em 2002, elegeu-se senador. Nos biênios 1997/1999 e 1999/2001, presidiu o Senado, assumindo interinamente a Presidência da República de 15 a 22 de maio de 1998. Seu último cargo no Senado foi a presidência da CCJ, onde atuou até momentos antes de seguir para o Incor.
São suplentes de Antonio Carlos Magalhães o seu filho Antonio Carlos Magalhães Júnior e Elio Correia de Mello.

Distrito industrial ganha mais uma siderúrgica


O Distrito Industrial de Marabá (DIM) reforça o seu potencial de produção a partir da manhã desta sexta-feira, dia 20, quando entra em operação o primeiro alto-forno da Marabá Gusa Siderúrgica Ltda, ou Maragusa. Enquanto inicia a sua participação nesse competitivo mercado, a nova empresa do Grupo Leolar já trabalha a construção do segundo forno, aproveitando toda a mão-de-obra já utilizada na unidade 1. São esperadas para a solenidade de inauguração oficial da siderúrgica neste sábado, autoridades políticas como deputados, prefeitos e até a governadora Ana Júlia Carepa, além de representantes de entidades empresariais e fornecedores da Leolar.
A capacidade inicial de produção será de 400 toneladas de ferro-gusa ao dia, com forno de 163 metros cúbicos, empregando de 250 operários na área industrial. A siderúrgica tem sua própria área de reflorestamento com plantio de eucaliptos em 2.200 hectares para garantia futura. Enquanto isso, um acordo com a Cikel, garante até 2015, o carvão com comprovação de origem.
Outra novidade no tocante à preocupação ambiental deve gerar mais postos de empregos, acredita a diretoria da empresa. Trata-se da Maragusa Reflorestadora, que deverá empregar mulheres no manuseio de mudas.
A Maragusa também inicia atividades com a implantação do selo de qualidade Iso 9001, que diz respeito à Gestão de Qualidade e iniciará em breve o processo do Iso 14.001, para meio-ambiente.
A solenidade de inauguração está marcada para às 16 horas de sábado no próprio pátio da empresa, e os convidados serão recepcionados pelo diretor-presidente do Grupo Leolar, Leonildo Rocha e pelo diretor-administrativo Zeferino Abreu Neto.

quarta-feira, julho 18, 2007

Brasil volta a liderar o ranking da Fifa


Com o título da Copa América, a Seleção Brasileira de futebol subiu duas posições e voltou a liderar o ranking da Fifa. Mesmo com a derrota na final, a Argentina subiu mais que o campeão - três posições - e ficou na vice-liderança, apenas 24 pontos atrás do Brasil.

Além de boas campanhas no torneio disputado na Venezuela, as duas seleções sul-americanas foram beneficiadas por uma desvalorização de 50% dos resultados da Copa do Mundo de 2006, que fez com que Itália, França e Alemanha perdessem muitos pontos.
A seleção mexicana também subiu e voltou a estar entre as dez melhores equipes no ranking, depois do vice-campeonato da Copa Ouro e do terceiro lugar na Copa América.
O Brasil não liderava a classificação da Fifa desde dezembro de 2006.
Confira a classificação das dez melhores seleções:


1. Brasil - 1500 pontos

2. Argentina - 1476

3. Itália - 1368

4. França - 1357

5. Alemanha - 1311

6. Holanda - 1195

7. Croácia - 1192

8. Portugal - 1146

9. Espanha - 11441

0. México - 1142

Dois "chips" GSM no mesmo celular

Sim, é possível usar dois chips no mesmo celular, através de um adaptador que, além de acomodar os dois chips, habilita no aparelho um programa para a seleção do chip a ser usado. Dá um certo trabalho (conforme o caso), justificando a receita de bolo abaixo.
Em telefonia celular GSM, o nome técnico do que nós chamamos de "chip" é SIM Card. Adaptadores que permitem usar dois SIM Cards num aparelho só são conhecidos como "Dual Sim Card Adapter". Com estas informações fica mais fácil encontrar o adaptador (por exemplo, buscando por "dual sim" no Mercado Livre). Os preços hoje giram em torno de R$ 50 (nos EUA, US$ 15 é um valor comum).
Existem (até onde sei) dois tipos de adaptador. Os mais fáceis de usar são os que integram os dois chips em um "sanduíche". Infelizmente, nem todos os celulares dispõem do espaço físico para encaixar o conjunto, o que levou ao surgimento de modelos em que você recorta a parte central do chip (que é o chip propriamente dito, o resto é só plástico) e encaixa no adaptador.
Recomendo o primeiro tipo (cortar o chip é trivial, mas requer um certo sangue-frio) - só é preciso verificar se o seu celular é compatível (os leilões dos adaptadores costumam listar os aparelhos que funcionam). O meu Nokia 6600 é um dos que não possuem a folga para o sanduíche, não me deixando muita escolha.
A operação de corte não é difícil: o adaptador vem com adesivos em forma de SIM Card, que têm o desenho do buraco. Você cola o adesivo, respira, evoca seus orixás e mete a tesoura na linha pontilhada. É quase indolor.
Depois de recortados, os chips são encaixados na placa, e uma presilha de metal é adaptada a ela. As fotos mostram o adaptador e a presilha, os chips recortados (já encaixados no adaptador) e o conjunto depois de encaixar a presilha (frente e verso):


Uma vez feito isso tudo, é só colocar no aparelho. Com o meu adaptador, aparece um programa "Aut", que permite escolher entre os dois SIMs e configurar opções de exibição do nome do SIM/operadora e outros detalhes enigmáticos (o inglês dos menus só perde para o do folheto de instruções, como é comum em produtos chineses do gênero).
É importante notar que apenas um chip fica ativo por vez, i.e., para usar o outro é preciso alternar pelo menu. Esta operação faz um "soft reset" no celular (o que é rápido em telefones comuns, mas em smartphones chega a irritar um pouco), e as ligações para o chip que está inativo caem na caixa postal. O manual diz que é possível contornar isto programando o desvio de chamada (não experimentei).
Outra coisa importante: o adaptador não remove o "SIM Block" do seu celular, i.e., se você quer usar chips de operadoras distintas (como eu fiz) é preciso primeiro desvincular o celular da operadora (os detalhes legais/técnicos do desbloqueio dependem da operadora/marca/modelo - alguns permitem desbloqueio por código, mas faça por sua conta e risco). Regra geral: se algum dos chips não funciona de antemão no aparelho, o adaptador não resolve a situação.
Caso você queira reverter a operação (e usar os chips separadamente), o adaptador acompanha dois suportes plásticos. Basta encaixar neles os chips recortados e você pode usá-los como fazia antes (a menos, claro, do aspecto estético - meio indiferente, já que o chip fica o tempo todo dentro do aparelho).
Fiz a brincadeira motivado pelas tarifas da outra operadora (e, claro, pela experiência macabra). Mas imagino pelo menos duas aplicações populares: economizar em interurbano (quando a pessoa viaja muito entre duas cidades, usando um chip para cada operadora local) e ter um "telefone secreto" (já que, com as opções de display apropriadas, o único vestígio na interface é a opção "Aut", enterrada no fundo dos menus do celular).