No final de janeiro de 2013, as últimas propriedades rurais no Pará que ainda aguardavam o resultado dos novos testes de controle da febre aftosa tiveram confirmada a negatividade sorológica dos animais sentinelas. Com esse resultado favorável, foram encerradas as atividades de campo do inquérito soroepidemiológico no Estado do Pará, onde foram testadas mais de 13 mil amostras, coletadas em 382 propriedades, em 58 municípios.
Depois de cumprir todas as exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Pará se prepara para receber o reconhecimento nacional de status livre de febre aftosa, o que está previsto para acontecer ainda no primeiro semestre de 2013. A expectativa é que em 2014 o Estado receba o reconhecimento internacional.
Mas antes, por decisão do Mapa, é preciso aguardar a confirmação da ausência da circulação viral nos Estados vizinhos do Nordeste - Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas.
INVESTIMENTOS
Para erradicar a febre aftosa do território paraense, só em 2012 a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) investiu na melhoria da saúde animal R$ 6.615.705,60, referente ao convênio firmado com o Ministério da Agricultura, valor acrescido dos 10% de contrapartida estadual. Em 2011, o repasse foi de R$ 10. 788.780,80, totalizando em dois anos R$ 17.404.486,49.
Para atender a defesa vegetal, o convênio com o Mapa repassou R$ 3.332.052,00, no período de 2011 a 2012. O total de recursos para o Estado, destinados a ações de defesa animal e vegetal, em 2011 e 2012 foi de R$ 20.736.538,49. O convênio com o Mapa, em vigência até 2015, totalizará R$ 59.282.505,49.
Os investimentos do Estado e do governo federal se refletem nos resultados atuais. “Para que o mercado externo esteja atento aos produtos paraenses de origem animal e vegetal, a orientação é reforçar o trabalho da defesa agropecuária, a fim de evitar a entrada de pragas e doenças, e manter a vigilância constante em nossas fronteiras”, ressaltou Mário Moreira, diretor geral da Adepará.
Para contribuir com o trabalho de fiscalização e atenção à defesa animal e vegetal, recentemente a Adepará entregou mais 15 veículos e 10 motocicletas aos municípios de Tucuruí, Altamira, Tucumã, Itaituba, Redenção, São Geraldo do Araguaia, Novo Progresso, Marabá, Xinguara, Santana do Araguaia e Conceição do Araguaia. No último ano, a defesa agropecuária no Estado recebeu cerca de 200 veículos novos. Os investimentos permitem que as ações de fiscalização e de defesa animal e vegetal sejam executadas nos 144 municípios.
CLASSIFICAÇÃO
Quanto à classificação sanitária do Estado, a Área I, que está livre da febre aftosa com vacinação, reúne 44 municípios das regiões sul e sudeste, e as áreas II e III, ambas consideradas de médio risco, abrangem, respectivamente, 67 municípios do nordeste e 32 municípios das regiões do Marajó e Baixo Amazonas.
Esse cenário contribui para a abertura de novos mercados. Atualmente, o Pará é o 4º maior produtor de carne e o maior exportador de boi em pé do país. Em 2012, o total de bovinos e bubalinos exportados vivos chegou a 388.188.
O rebanho do Pará, hoje, é de 19.483.636 de bovinos e bubalinos, distribuídos por 108.412 propriedades rurais. O Estado tem 15 matadouros frigoríficos SIF (Serviço de Inspeção Federal) e 12 matadouros frigoríficos SIE (Serviço de Inspeção Estadual), e 26 laticínios SIF e 23 SIE.
A maioria do rebanho bovino (76,61%) está nos municípios da Área I, totalizando 14.773.673 cabeças. A Área II concentra 14,99% do rebanho, o equivalente a 2.889.660 cabeças, e a Área III detém 8,4% do rebanho (1.620.304 animais).
Na área I, com 44 municípios, Tucumã tem 3.112.982 de cabeças, o equivalente a 16,1% do rebanho da área; Redenção tem 2.592.431 de animais (13,4%), e Marabá, 2.033.810 de cabeças (10,5%).
Na região nordeste (Área II), os municípios com os maiores rebanhos são Rondon do Pará, com 627.931 animais - 3,27% do total da área; Paragominas, com 628 mil cabeças; Capanema, com 309 mil cabeças e Capitão Poço, com 273 mil.
Santarém, Oriximiná, Soure, Breves e Almeirim são os municípios que reúnem os maiores rebanhos bovinos na Área III. Em Santarém o total de animais é de 439.386; em Oriximiná, 381.061 e em Soure, 326.464. (Ag. Pará)