segunda-feira, janeiro 21, 2013

Prefeito denuncia que existia “mensalinho” na Prefeitura


Uma declaração feita pelo atual prefeito de Marabá, João Salame Neto (PPS) na manhã desta sexta-feira (18) promete dar o que falar e toma tons de denúncia grave. Em discurso a homens do DMTU e da Guarda Municipal, no auditório de uma faculdade, o gestor disse explicitamente que existia ‘mensalinho’ no governo anterior e que uma lista que chegou as suas mãos dá até os valores que alguns vereadores recebiam, alguns na casa dos R$ 40 mil. Apesar disso, ele não declinou os nomes de quem teria recebido quantias.

A fala de Salame aconteceu no momento em que ele revelava vir recebendo pressão de vereadores por contratações, ao que ele afirma vir se esquivando com o discurso de que só vai contratar pessoal realmente necessário e para trabalhar efetivamente.

“Já avisei para os vereadores, são todos meus amigos, mas essa conversa acabou. Dar dinheiro para vereador todo mês, acabou. Não existe mais esse negócio. O tal do mensalinho. Existia na Prefeitura, vocês pensam que não? Eu vi uma relação outro dia e tinha vereador que pegava até R$ 40 mil por mês. R$ 10 mil, R$ 30 mil. Então, essa brincadeirinha acabou. Nós vamos moralizar essa prefeitura”, bradou o prefeito ao microfone.

A fala do gestor joga novos holofotes sobre a atuação da Legislatura passada da Câmara Municipal que já sofreu grande ônus da desastrosa reta final do governo. A instauração de Comissão Processante e análise de CPI apenas nos últimos dias do período foi criticada por setores da sociedade, sobretudo pelos sindicatos de servidores públicos.

A própria revelação recente de que a Legislatura passada aprovou o aumento dos salários de vereador de menos de R$ 6 mil para R$ 9 mil, quando muitos servidores ainda têm atrasados a receber, não repercutiu bem. O de prefeito, na mesma leva, passou de R$ 17 mil para R$ 25 mil. Até os secretários tiveram a remuneração elevada para R$ 9 mil. Quanto a esse tema o novo prefeito também se manifestou em outra ocasião, chamando de “imoral” tal reajuste e prometendo enviar projeto à Câmara para diminuir em 20% os próprios vencimentos.

PRESSÃO
Outra revelação bombástica do prefeito em caso no qual ele também não declinou nomes, foi de que está sendo assediado por empresários que têm dinheiro a receber de serviços prestados ao governo anterior, com propostas incisivas e maliciosas.

“Se eu quisesse, hoje, com 15 dias de governo, eu já estaria milionário. Só para vocês terem um exemplo, teve um dia, no início do governo, que um cidadão foi na minha casa e disse que tinha R$ 500 mil pra receber da prefeitura e que se eu pagasse ele me dava a metade. R$ 250 mil eu enfiava no bolso”, narrou Salame.

Nesse ponto, o gestor voltou a garantir que não pagará notas que não tenham sido empenhadas e que as empresas interessadas em ainda receber por algum serviço prestado terão de requerê-lo na Justiça. “Não sou obrigado a pagar e já avisei que eu vou recorrer até ao Barack Obama. Pode entrar na Justiça que se eu precisar chegar ao Barack Obama eu vou. Se eles sabiam da irresponsabilidade que estava instaurada na prefeitura então por que continuaram vendendo?”, questionou.

CENTRALIZAÇÃO
Outra fórmula que Salame diz ter encontrado para frear os gastos e fechar as torneiras na gestão foi esvaziar os poderes dos secretários municipais, tirando destes a decisão sobre contratações ou sobre compras. “Antigamente tudo que era secretário contratava gente, comprando pra secretaria, mas não tinha planejamento algum. Então você imagina vinte e tantos secretários comprando e contratando. Deu no que deu e quem pagou o pato? A maioria dos servidores e a sociedade que não tem um serviço que preste”, declarou.

As compras estão agora centralizadas na Secretaria Municipal de Administração, como adiantado outro dia pela coluna Repórter Tocantins, sob responsabilidade do ex-vereador Ademir Martins (PT), titular dessa pasta.

4 comentários:

Este comentário foi removido pelo autor.
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Meu caro Patrick Roberto:

Reitero aqui o que já disse no blogue do Laércio Ribeiro.

Sem fazer juízo contra A ou B, quero dizer que tenho convicção de que há muitos bandidos disfarçados de autoridade no Brasil, e Marabá não foge à regra. Para mim, o mais condenável dos bandidos é o que se traveste de autoridade. Em ficando comprovado, punição! Cadeia e devolução ao combalido erário de tudo que foi recebido irregularmente. É o que podemos, como cidadãos e contribuintes, exigir e esperar.

Como eu sempre disse, há muitos bois voando sobre nossas cabeças e a gente pensa que são pombos.

Desculpe-me, Pod.'. Ir.'., Patrick Roberto, o ter bagunçado seu blogue, escrevendo e excluindo o mesmo comentário duas vezes. Mas o fiz porque havia saído com incorreções, faltando letras aqui e acolá e deixando mutiladas as palavras, incorreções que só via depois de publicado. É nisso que dá meu mau hábito de, antes de publicar, não revisar com a devida atenção.

Foi isso.

Abraço

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