quinta-feira, outubro 21, 2010

Maurino diz que aprovação do seu governo seria de 35%

Ao final de uma sessão conturbada na Câmara Municipal de Marabá em que discursou e trocou farpas com a vereadora de oposição Vanda Américo Gomes (PV), o prefeito Maurino Magalhães de Lima (PR) deu entrevista e pela primeira vez admitiu publicamente que a sua popularidade não é das melhores. Ele diz que a aprovação ao seu governo estaria na casa dos 35%, e que na visão dele isso é indicativo de melhora, por já ter estado em 15%, quando da crise do lixo.

“Sempre que eu posso, eu venho acompanhando a nota que a população dá ao meu governo. Eu fui eleito com 50% de aprovação popular. Em cinco meses, eu caí para 15%, isso foi em abril de 2009, devido ao problema do aterro sanitário, do lixo que encontrei na cidade. Depois, o governo veio subindo devagarzinho, e na última pesquisa, que já faz 60 dias, eu já estava com 35%”, respondeu o gestor, em referência a levantamento contratado por ele mesmo.

Também na visão de Maurino, o seu governo já avançou muito e em vários setores, porém ainda não concretizou 20% do que precisa ser feito, o que ele põe na conta das dificuldades administrativas que diz ter enfrentado para botar a administração em dia.

Dívidas

Parcela das críticas que o prefeito vem recebendo é relacionada a pagamento de fornecedores da prefeitura, assunto recorrente e que já foi tema até em plenário na própria Câmara Municipal. Na versão de Vanda Américo essa dívida estaria próxima dos R$ 50 milhões.

Maurino já havia argumentado anteriormente que toda prefeitura tem algum percentual de dívida, mas que isso não significa inadimplência. Após chamar as especulações nesse sentido de maldosas e de provocadas por seus inimigos ele respondeu assim a nova investida do jornal quanto ao tema: “Os gastos da Prefeitura de Marabá chegam a R$ 500 milhões por ano. Dever algo em torno de R$ 7 a 8 milhões não é uma dívida tão grande para um município e pela quantidade de obras que se tem em Marabá. Nós não estamos inadimplentes”.

Em outro trecho da entrevista ele reforçou o argumento: “O município paga os funcionários em dia, cumpre com as obrigações dele. Já colocamos R$ 8 milhões de recurso próprio como prioridade para a duplicação da Transamazônica. O município fez 30 Km de asfalto, já fez mais de 500 Km de estradas. Desse jeito é impossível não ter dívidas”.

Merenda escolar

Outra questão polêmica e que tem rendido questionamentos ao atual governo prospera dentro das escolas da rede municipal, onde foi implantado o programa de refeição para substituir a merenda escolar. Vereadores têm levado a plenário queixa de educadores quanto a qualidade do que é servido às crianças pela empresa terceirizada que assumiu o serviço.

O Jornal quis saber do prefeito se é verdade que ele pretende rever o modelo adotado e a própria situação da empresa, ao que ele respondeu: “Tudo se faz com o pé no chão, é tudo planejado. Mandei fazer um levantamento em termos de refeição escolar e no que houver de errado a empresa que foi licitada irá se adaptar. Não importa qual seja a empresa, não importa qual seja a prefeitura, o importante é que não deixe de elaborar esse grande projeto, que as crianças carentes e as crianças que não tenham nada para comer em casa se alimentem na escola”.

Ignorando as acusações de que é servida até farofa de ovo na refeição em algumas escolas, o gestor defende que o programa tem caráter social e tem tirado as crianças do perfil de subnutridas, também diminuindo a evasão escolar. “Tem uma parte das pessoas que não concorda com a merenda escolar. São elas, as que têm um alto poder aquisitivo, que podem comprar os seus próprios lanches. Mas a população que precisa, que não tem o que comer em casa, quer a refeição escolar. Estamos tendo problemas sim, mas isoladamente em algumas escolas. É impossível um projeto que atende mais de 600 mil alunos em mais de 90 escolas locais não ter seus problemas”, defende.

Nesse ponto, Maurino voltou a falar em estatísticas, embora não especifique a origem de tal pesquisa ou apresente esses números por escrito. Ele afirma que 70% da comunidade escolar aprova a merenda escolar e que a cada 15 dias promove um levantamento de como está esse serviço. “Eu faço isso para ver os pontos negativos, e só nas escolas em que os diretores são do contra é que está tendo algum tipo de problema”, comenta.

1 comentários:

Caro Patrick, aprovação de 35 por cento, talvez tal pesquisa seja de cunho próprio, haja visto, até quem votou no alcaide hoje reclama. No mais, considerando tal percentual, por pessoa com um mínimo de bom senso, deveria soar como alerta de que a "coisa vai mal". Mas... Em 22.10.10, Marabá-PA.

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