terça-feira, fevereiro 28, 2012

Celso Lopes é o novo presidente da Amat

 
O prefeito de Tucumã, Celso Lopes Cardoso (PSD), é o novo presidente da Amat/Carajás (Associação dos Municípios do Araguaia Tocantins). Após impasse na assembleia geral do último dia 13 de fevereiro, com empate em votos entre ele e Hidelfonso de Abreu Araújo (PP), por 17 a 17, a situação foi resolvida nesta segunda-feira (27), em Belém, quando prevaleceu o critério de idade. Com isso, Celso, que tem 47 anos, levou a melhor sobre o colega, Hildefonso, dois anos mais novo.

Não haverá solenidade de posse e Lopes já é considerado novo mandatário da entidade que representa 38 municípios do sul e sudeste do Pará em substituição a Luciano Guedes (PDT), de Pau D’Arco, presidente em 2011.

Em entrevista ao jornal CORREIO DO TOCANTINS na noite de ontem por telefone, Celso Lopes disse que o seu principal objetivo é transformar a associação, efetivamente, em uma agência de desenvolvimento regional. Ele também quer alimentar a união entre os prefeitos para que, juntos, possam conseguir avançar contra demandas urgentes da região.

O prefeito era tido como o preferido do governador Simão Jatene para assumir a entidade, razão pela qual a articulação da campanha para a Amat foi acompanhada de perto por assessores do Palácio dos Despachos. Questionado sobre até que ponto isso será um trunfo para ele, Celso Lopes admitiu que tem proximidade com o governo e com o governador. “Eu sempre deixei claro que não era o candidato do governo, mas que tinha o apoio dele. Nós temos proximidade com o governador de quem gostamos e para quem pedimos votos nas eleições. Eu acredito que o governador está pronto para fazer com que a Amat seja uma agência de desenvolvimento regional”, respondeu.

DISPUTA
Apesar do discurso conciliador de Celso Lopes, a entidade chegou até este momento dividida. A assembleia geral que só foi encerrada ontem foi aberta no dia 13 de fevereiro com a presença de 35 prefeitos ou procuradores. Todos esses exerceram o voto, porém apenas 34 cédulas apareceram na urna na contabilidade, com exatos 17 votos para cada chapa. O resultado apresentou uma situação inédita e sequer prevista no estatuto da associação. Com isso, deflagrado o empate, a decisão foi postergada, com a única definição de que se daria em Belém, no escritório sede da entidade.

O que aconteceu ontem é que Celso Lopes chegou em vantagem. Apenas 12 prefeitos compareceram e outros oito enviaram procuradores nomeados. Políticos do PT e do PMDB que apadrinhavam a candidatura de Hildefonso simplesmente sumiram, deixando este sem anteparo. A articulação durou das 9 horas às 19 horas, quando saiu a definição do futuro da Amat.

O colunista não conseguiu falar ontem à noite com Hildefonso Araújo, mas aliados dele que estiveram acompanhando o processo dizem que o prefeito não ficou satisfeito com o resultado, embora tenha se dobrado ao interesse da maioria desta segunda-feira. O prefeito de Abel Figueiredo teria alertado ao colega Celso Lopes que a insistência em resolver o impasse ontem, sem a presença da maioria dos prefeitos filiados, deixaria fragilizada a entidade, porém a sua opinião foi voto vencido.

Também nesta segunda-feira, a nova liderança da Amat reafirmou o compromisso com o apoio ao projeto Estado de Carajás, prometendo apoio à busca por assinaturas que garantam o projeto de iniciativa popular propondo emenda constitucional pela mudança do texto sobre os plebiscitos. São necessárias 1,3 milhão de assinaturas.

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Sindicato em favor de Lúcio Flávio


Em nota pública divulgada nesta quarta-feira (15), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Pará se manifesta em defesa do jornalista Lúcio Flavio Pinto. O órgão de classe fala em inversão de valores por parte do Judiciário e considera que a perseguição ao jornalista paraense, incansável em sua luta em defesa da Amazônia, atinge a liberdade de expressão e de Imprensa. Além do sindicato, jornalistas e redes sociais vêm manifestando solidariedade a Lúcio Flavio. Na internet, foi criada uma página de apoio a ele. No último dia 7 de fevereiro, o Superior Tribunal de Justiça negou o recebimento de recurso especial impetrado pelo jornalista Lúcio Flavio Pinto contra ação que lhe é movida desde 1999, pela construtora C. R. Almeida, alegando erros formais na formação do agravo, apontando falta de documentos.  

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Nota de apoio a Lúcio Flavio Pinto

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Pará, por intermédio de sua Diretoria e da Comissão de Ética e Liberdade de Imprensa, vem a público denunciar, de modo veemente, a gritante inversão de valores em que o autor de uma denúncia pública pela imprensa, devidamente comprovada, no caso o jornalista Lúcio Flávio Pinto, é condenado, e o denunciado, no caso a empresa C. R. Almeida, que não se defendeu perante a opinião pública, ainda é premiado com indenização determinada pelo judiciário paraense. O presente episódio é apenas um dos capítulos da longa batalha judicial travada por esse profissional do jornalismo paraense.

No caso presente, Lúcio Flávio teve negado, pelo Superior Tribunal de Justiça, pedido de revisão de condenação anterior, pelo Tribunal de Justiça do Pará, que determina que o jornalista indenize a empresa denunciada por grilagem, atestada por todos os órgãos públicos que lidam com as questões fundiária e ambiental. O dono da Construtora C. R. Almeida, uma das maiores empreiteiras do país, se disse ofendido porque Lúcio o chamou de "pirata fundiário", embora ele tenha se apossado de uma área de quase cinco milhões de hectares no vale do rio Xingu, no Pará. A justiça federal de 1ª instância anulou os registros imobiliários dessas terras, por pertencerem ao patrimônio público. A denúncia dessa monumental grilagem em terras paraenses é que motivou a ação movida contra Lúcio, agora obrigado a uma indenização "por dano moral".

O despacho foi publicado no Diário Oficial eletrônico do STJ no dia último dia 13. O presidente do STJ não recebeu o recurso de Lúcio Flávio "em razão da deficiente formação do instrumento; falta cópia do inteiro teor do acórdão recorrido, do inteiro teor do acórdão proferido nos embargos de declaração e do comprovante de pagamento das custas do recurso especial e do porte de remessa e retorno dos autos". Ou seja: o agravo de instrumento não foi recebido na instância superior por falhas formais na juntada dos documentos que teriam que acompanhar o recurso especial.

O efeito dessa decisão é que o jornalista paraense vai deixar de ser réu primário, já que se recusou a utilizar a ação rescisória, que obrigaria à reapreciação da questão pelo TJE, tribunal por ele declarado suspeito e tendencioso para julgá-lo. Num país em que fichas de pessoas se tornam imundas pelo assalto aos cofres do erário, mas são limpas a muito poder e dinheiro, "serei ficha suja por defender o que temos de mais valioso em nosso país e em nossa região", afirma Lúcio, em nota pública divulgada ontem em todo o País.


Diante desses fatos, aqui expostos de modo resumido, o Sindicato e sua Comissão de Ética e Liberdade de Imprensa consideram que:

1. A perseguição a Lúcio Flávio extrapola uma vindita individual para atingir a liberdade de expressão e de imprensa em nosso Estado, tendência desgraçadamente verificada em vários outros Estados, vitimando outros jornalistas e jornais;
2. O presente episódio, juntamente com os outros 12 processos a que responde o referido jornalista, objetivam intimidar a categoria dos jornalistas como um todo, a despeito de vivermos formalmente dentro de um regime democrático de direito, em que a liberdade expressão acha-se consagrada na Constituição;
3. As irregularidades verificadas neste e nos demais processos a que responde o jornalista depõem, lamentavelmente, contra o judiciário paraense, órgão que deveria agir como promotor da Justiça e não o seu contrário;
4.. É uma vergonhosa inversão de valores da parte do judiciário dar razão a quem açambarca quase cinco milhões de hectares no vale do Xingu, de modo ilegal e altamente lesivo aos interesses do Pará e de seu povo, ao mesmo tempo em que condena quem se dispõe a prestar o serviço da denúncia desse esbulho à sociedade paraense e brasileira.

Em vista disso, o Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará envidará todos os esforços, dentro do que lhe é possível, no sentido de contribuir financeiramente para a consecução do montante de R$ 8 mil (em valores de 2006, sujeitos a atualização), que Lúcio Flávio terá que entregar a quem tanto mal faz ao Pará e a seu povo. Ao mesmo tempo motivar a todos os jornalistas e a todas as pessoas que admiram o trabalho de Lúcio a contribuírem financeiramente, com depósitos na conta-poupança: 22.108-2, agência 3024-4 do Banco do Brasil, em nome de Pedro Carlos de Faria Pinto, irmão de Lúcio, que administrará o fundo proveniente das doações.


Belém, 15 de fevereiro de 2012

Sheila Faro, presidente do Sindicato
Manuel Dutra, presidente da Comissão de Ética e Liberdade de Imprensa

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Rildo Brasil volta à rotina sem o cálculo renal

Na semana em que comemorou 46 anos, o cartunista e artista plástico Rildo Brasil diz que a vida voltou ao normal depois da cirurgia a que se submeteu para retirada de pedras dos rins, a maior delas medindo 3 cm. A cirurgia, feita no Hospital São Marcos, de Teresina (PI), ocorreu em 30 de novembro de 2011, mas o paciente ficou 41 dias fora de Marabá por conta do tratamento. O custo, estimado por ele em R$ 11.800, foi coberto com a colaboração de colegas e da Imprensa, que organizaram ações entre amigos para levantar o recurso.

“Não sinto mais aquelas dores horríveis que me impediam de trabalhar e até de raciocinar direito. A vida mudou bastante”, relata em tom de comemoração, porém destacando que precisará voltar a Teresina para uma segunda intervenção cirúrgica, uma vez que os médicos identificaram ter deixado uma pedra, ainda, abaixo dos rins, de 7 milímetros. “Eles admitiram que foi uma falha e vão fazer a outra intervenção”, adianta.

Depois da cirurgia, Rildo voltou para Marabá com passagem doada por um outro amigo. Questionado quanto ao recurso levantado com as ações solidárias em seu favor, ele diz que chegou ao montante R$ 12 mil, cobrindo todos os custos. Uma dessas ações foi um torneio de futebol organizado pelos profissionais de Imprensa na Academia Engenho Novo.

“Todos foram fundamentais. Foi com esse momento que passei na minha vida, que pude ver quantos amigos tenho e do que eles são capazes. Sou grato a todos e estou aqui de volta para viver uma vida normal”, diz.

O tipo de cirurgia a que Rildo se submeteu é considerado pouco invasivo, uma vez que se utiliza de laparoscopia, técnica cirúrgica que utiliza apenas pequenas incisões entre 0,5 e 1,0 cm para observar o interior da cavidade abdominal e os órgãos aí presentes, através de lentes potentes, microcameras e monitores de vídeo (televisão).