segunda-feira, outubro 29, 2012

Leitura é um hábito que se adquire pelo exemplo, diz escritora

No Dia Nacional do Livro, comemorado ontem (29), a especialista em literatura infantil e escritora Ieda de Oliveira ressaltou que a leitura é um hábito passado essencialmente pelo exemplo. “A transição entre ouvir as histórias contadas pelos pais e ler as histórias tem que ser uma busca própria da criança”, disse. Ela ainda ressalta que os pais não devem fazer restrições quanto à literatura escolhida por seus filhos “Ela pode trazer discussões interessantes para a família”.

Ieda de Oliveira avalia que atualmente existe muitas opções de boa literatura infantil, que instiga o espírito crítico da criança. “Isso abre portas, influencia muito na formação do indivíduo”, ressaltou. A literatura infantil não serve para, ensinar, empurrar informações”, acentua. "Educar é conduzir. É tratar o leitor como ser inteligente, é orientar a aprendizagem e não adestrar", completou.

"Eu me educo quando leio Guimarães Rosa, eu me educo quando leio Jorge Amado, tanto quanto me educo quando leio Ana Maria Machado. Educo-me ainda diante de uma tela de Renoir ou ouvindo Mozart ou Chico Buarque de Holanda. Quando o artista, por meio de um domínio técnico, conduz o seu leitor para fora de si mesmo, levando-o, pelo prazer estético, a refletir e olhar o mundo a sua volta, estabelecendo novos sentidos, ele o está educando. Cada um trabalhando com sua matéria-prima, que no caso do escritor é a palavra ", ressaltou.

A escritora acredita que o brasileiro está lendo mais. “Não podemos assegurar que o conteúdo é bom, mas está aumentando o número de indivíduos que leem. Estamos vendo um movimento do governo de melhorar o acesso aos livros. Os meios de informação também estão tendo uma função muito importante de difundir a papel que a leitura tem na vida das pessoas.”

Ieda vê nas redes sociais, não uma concorrente da literatura, mas uma forma de divulgação, não só da literatura como de todas as formas de artes. “Um amigo, ou amigo de amigo publica uma resenha, diz que aprecia um quadro, isso chega como um estímulo a mergulhar no mundo das artes”, disse.

Leolar vai investir em uma ferrovia de Canaã a Marabá

Depois de adquirir sua própria mina de ferro para fugir da dependência da Vale, empresa de Marabá agora quer ter também sua própria estrada de ferro. Executivo da Maragusa, braço siderúrgico do Grupo Leolar, confirmou ao jornal CORREIO DO TOCANTINS que um investimento da ordem de R$ 800 milhões está engatilhado para construir uma estrada de ferro interligando Canaã dos Carajás, Curionópolis e o porto multimodal de Marabá. Além do minério, a ferrovia deverá transportar passageiros.

A informação é de Zeferino Abreu Neto, o Zefera, da Maragusa. Segundo ele, uma empresa de São Paulo está contratada para fazer o projeto da estrada de ferro, e o aporte financeiro virá do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), por meio do Banco da Amazônia.

A mina fica na área conhecida como Serra Sul, em Canaã e a Maragusa já possui o direito de exploração. Os trens que vão operar na ferrovia vão trazer ferro de lá e receber carga também em Curionópolis, onde a empresa é sócia em outro projeto.

VERTICAL
Neste último município, a Maragusa também vai explorar minério de ferro por meio da empresa Vertical, a qual tem, ainda, como sócias, as guseiras DaTerra (Grupo Revemar), Cikel (antiga Terranorte) e Sidenorte.

Ali, a capacidade de produção inicial será da ordem de 200 mil/toneladas ao mês, sendo que 100 mil para exportação e outros 100 mil para abastecer as quatro sócias, guseiras do Distrito Industrial de Marabá. Com isso, todas elas retomariam as atividades dos seus alto-fornos, que estão abafados.

Questionado sobre o prazo para isso, Zefera não revela quando a mineradora começa a produção, só adianta que todas as licenças já estão liberadas, dependendo apenas da aquisição dos equipamentos de extração. A projeção é de que, mesmo com uma produção de mil toneladas ao mês, a reserva permitiria exploração por 200 anos. A mina de Canaã seria ainda maior.

Neste pormenor, Zefera pontua que a viabilização da hidrovia no Rio Tocantins, com a derrocagem do pedral do Lourenção é fundamental para que ocorra a interligação com a ferrovia.

Ontem a Cosipar (Companhia Siderúrgica do Pará) começou a dispensar seus mais de 400 funcionários e já tinha abafado seu único alto-forno ainda em funcionamento, justamente por estar inviabilizada a sua produção. A depreciação do gusa em relação ao preço do ferro é um desses motivos.

Maragusa, DaTerra, Siquel e Sidenorte, que também foram paralisando atividades desde 2008, com a crise do setor, apostam todas as suas fichas na exploração própria de ferro para retomarem suas atividades no DIM.


terça-feira, outubro 23, 2012

Comissão da Verdade analisa inquérito sobre morte de JK

A Comissão Nacional da Verdade começou a analisar o inquérito e o processo sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, ocorrida em agosto de 1976. O documento foi encaminhado ao grupo encarregado de investigar crimes ocorridos durante o regime militar pela Comissão da Verdade da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), que pede uma nova apuração do caso.

Segundo a advogada Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade, a documentação sobre a morte do ex-presidente já foi analisada por um assessor do grupo e pelo ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles, que também integra a comissão, mas ainda não há uma "interpretação conclusiva" a respeito do caso. "Já fizemos uma primeira leitura, mas é uma questão tão séria que vai ter que ser submetida a um conjunto de comissários, não apenas a um", observou Rosa.

Como o Estado revelou em maio, a OAB-MG contesta a versão de que JK foi vítima de um acidente automobilístico e aponta diversos "furos" por parte dos responsáveis pelas investigações oficiais nas 2.629 páginas divididas em quatro volumes que compõem o processo de apuração da morte. Para os integrantes da Comissão da Verdade da entidade mineira, o ex-presidente foi assassinado, opinião partilhada pelo secretário particular e amigo de JK, Serafim Jardim.

Nesta terça-feira, 23, Rosa Cardoso, além de Maria Rita Kehl e José Carlos Dias, também integrantes da comissão, se reúnem com representantes da OAB-MG em Belo Horizonte. Nesta segunda, o trio participou de audiência na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para ouvir relatos de três vítimas da ditadura militar: o professor Apolo Heringer, ex-dirigente do Comando de Libertação Nacional (Colina), preso, torturado e exilado; a socióloga Magda Neves, expulsa do mestrado em Ciência Política da UFMG pelo regime; e Mariluce Moura, viúva de Gildo Macedo Lacerda, morto sob tortura em 1973.

Araguaia
Ao chegar para a audiência, Maria Rita Kehl, responsável da comissão pela investigação de violações de direitos de indígenas e camponeses, revelou que o grupo encontra dificuldades de investigar um dos mais notórios episódios do regime militar, a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no sul do Pará do fim da década de 1960 até meados da década de 1970.

Recém-chegada da região, onde acompanhou as atividades dos Grupo de Trabalho do Araguaia (GTA) e do Grupo de Trabalho do Tocantins (GTT), Maria Rita informou que familiares de guerrilheiros que desapareceram na região têm se recusado a fornecer material para comparação genética com restos mortais encontrados na área. Até o momento, só foram identificadas as ossadas dos guerrilheiros Bergson Gurjão Farias e Maria Lúcia Petit. "Tem alguns casos que já têm ossos para comparação de DNA. (Mas) nem todas as famílias querem oferecer o DNA, para não sofrer. Fica mais difícil ainda, porque tem uma ossada, tem a possibilidade (de identificação) e a família não quer fazer o exame", disse, sem entrar em detalhes.

quinta-feira, outubro 18, 2012

Vítimas de trânsito podem pedir DPVAT nos Correios


Desde ontem, dia 17 de outubro, as vítimas de acidentes de trânsito do Pará podem solicitar, gratuitamente, o Seguro DPVAT nas agências dos Correios no Estado. O DPVAT é um seguro que pode ser acionado por vítimas de acidentes de trânsito resultantes em invalidez permanente, morte e para reembolso de despesas médicas e hospitalares. 

Toda pessoa que sofrer um acidente em território nacional, seja pedestre, motorista ou passageiro, tem direito ao seguro, basta procurar uma seguradora conveniada ou, a partir de agora, uma agência própria dos Correios em um dos Estados em que a parceria está vigente.

Nesta quarta-feira, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás também recebem o projeto, que já está implantado nos Correios do Ceará, Maranhão, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Piauí.

Com a ampliação da rede de atendimento, o Estado do Pará ganhará 174 novos pontos oficiais para entrada do Seguro DPVAT. Para o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, “a parceria vem ao encontro do objetivo dos Correios de consolidar suas agências como pontos de acesso a serviços para os cidadãos brasileiros”. Os novos locais se somarão aos mais de 2.600 pontos de atendimento oficiais do Seguro DPVAT presentes pelo Brasil.

Na fase de preparação do projeto, a equipe dos Correios recebeu treinamento para atender às vítimas de acidentes de trânsito, informando sobre os casos que são indenizados e reembolsados pelo seguro, documentos necessários, valores, prazos e coberturas, além de material informativo. Ao dar entrada no pedido do Seguro DPVAT, as vítimas ou seus beneficiários recebem um comprovante da respectiva solicitação, enviada à Seguradora Líder DPVAT, responsável pela administração e pagamento.

De acordo com o diretor-presidente da Líder, Ricardo Xavier, o acesso da população ao seguro será ampliado. “Ninguém melhor que o próprio cidadão para preservar seus direitos. O procedimento para o recebimento do Seguro DPVAT pelas vítimas de trânsito é simples e dispensa o auxílio de terceiros. Por meio dessa parceria, as vítimas de acidente de trânsito terão mais um canal oficial para buscar um direito tão importante. Temos certeza de que essa iniciativa ajudará a milhares de famílias do Estado, que terão ainda mais facilidade em receber o seguro em um momento de dificuldade, após um acidente de trânsito”, afirma Xavier.


Para dar entrada no pedido
de indenização nos Correios

 
- Informe-se sobre a documentação necessária para dar entrada no Seguro pelo telefone 0800 022 12 04 ou pelo site www.dpvatsegurodotransito.com.br. Lembrando que o prazo para pedir a indenização é de até 3 anos, a contar da data do acidente;
 
- Dirija-se a uma agência própria dos Correios em um dos Estados participantes levando a documentação necessária (nos demais Estados, consulte a rede de atendimento pelo site);
 
- Guarde o comprovante de envio fornecido pelos Correios;

- O pagamento da indenização será feito por meio de crédito em conta corrente ou poupança da vítima ou de seus beneficiários em até 30 dias a contar da data da entrega da documentação solicitada. Os valores indenizados são de R$13.500,00 no caso de morte; até R$13.500,00 para invalidez permanente, variando conforme o grau de invalidez; e até R$2.700,00 para reembolso de despesas médicas e hospitalares, de acordo com as despesas comprovadas.

Justiça determina que o Estado pague 26 milhões pelo Lote 11



Uma disputa que se desenrola na Justiça do Pará teve sentença proferida no último dia 5 de outubro pela juíza Maria Aldecy de Souza Pissolati, titular da 3ª Vara Cível, na Comarca. A magistrada arbitrou em R$ 26 milhões a indenização do Governo do Estado à empresa Carajás Extração de Água Mineral Ltda. pelo chamado Lote 11 da Gleba Quindangues, área que interessa ao chamado Distrito Industrial 3, em Marabá, e que deverá compor o complexo da siderúrgica Alpa. A intenção inicial do Estado era pagar pouco mais de R$ 3,6 milhões pela área.

O Lote 11 é um imóvel urbano situado à BR-230 (Rodovia Transamazônica), sentido Marabá - Itupiranga, com área total de 93,5964ha, perímetro de 6.223,61m. A empresa em questão tem alvará para exploração de água mineral naquelas terras concedida pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), órgão do Ministério de Minas e Energia. A Carajás Exploração pertence ao casal Eduardo e Anacleide Barbosa. Dos lotes desapropriados naquela região para a construção da siderúrgica, este é o único que ainda tem demanda judicial.

Entre os entusiastas da Alpa, o lote é sempre citado, junto com a não derrocagem do pedral do Lourenço, no Rio Tocantins, como entrave à construção da siderúrgica. Os donos da área, no entanto, sempre defenderam que os critérios usados na avaliação do governo subvalorizavam a área. Como contam com alvará do DNPM para exploração, não foi difícil conseguir liminar que sustou a imissão de posse do terreno para início das obras.

SUBVALORIZADO
Segundo o advogado da Carajás Extração, Cláudio Ribeiro Correia, a perícia judicial confirmou que a terra nua e as benfeitorias valem R$ 26 milhões e levou em conta o critério adotado para os demais lotes. Ele deixou escapar que o interesse do proprietário é que, mesmo desapropriada a área, ele continue explorando extração de água, uma vez que o subsolo pertencente à União. “Estamos satisfeitos com a sentença”, declarou ontem ao CORREIO DO TOCANTINS.

SETENÇA
O processo que deu origem à sentença agora prolatada foi movido pelo próprio Estado do Pará, tendo como requerido a Carajás Extração de Água Mineral, porém o desfecho bem aquém do que esperava o requerente.

Na sentença, a Justiça manda o governo pagar os R$ 26 milhões de indenização corrigidos monetariamente. “Determino a expedição de boleto ao Estado do Pará, para o imediato depósito em juízo do valor da indenização liquida, após a comprovação do depósito, expeça-se mandado de imissão de posse em favor do Estado do Pará, nos termos do artigo 15 e seguintes do Decreto-lei nº 3.35/41”, diz trecho.

A Reportagem telefonou ontem à tarde para a sede da Procuradoria Geral do Estado, em Belém, para levantar que providências seriam tomadas, mas os três telefones divulgados no site do governo não foram atendidos. É certo, no entanto, que o Estado deverá ingressar com recurso ao Tribunal de Justiça do Pará.

quarta-feira, outubro 17, 2012

Lei tem multa milionária para combater aves próximas a aeroportos



Lei publicada na quarta-feira (17) do Diário Oficial da União estabelece regras para reduzir o risco de acidentes entre aves e aeronaves. A lei proíbe atividades que atraiam os animais para as proximidades de áreas destinadas a pouso e à decolagem e prevê multa que pode chegar a R$ 1,2 milhão para quem descumprir as regras.

O texto estabelece uma Área de Segurança Aeroportuária com raio de 20 quilômetros a partir da maior pista de decolagem. Nesse limite, o uso do solo fica condicionado ao cumprimento das normas de segurança operacional de aviação e ambientais. A lei proíbe ainda atividades atrativas de pássaros nas proximidades dos aeroportos, como os lixões.

Para os casos de descumprimento das regras, estão previstas penalidades como multa, suspensão da atividade e interdição da área. No caso de multa, a simples varia entre R$ 1 mil e R$ 1,2 milhão e a diária vai de, no mínimo, R$ 250 a R$ 12,5 mil. O dinheiro arrecadado com as multas será usado em ações para redução do risco de acidentes.

O abate de animais que coloquem em risco a segurança aérea será permitido nos casos em que for comprovado que as ações de manejo ecológico não tenham gerado o resultado esperado para evitar acidentes.

A Lei 12.725, de 16 de outubro de 2012, prevê ainda a observância do Plano de Manejo da Fauna em Aeródromos, que detalhas as intervenções necessárias no meio ambiente ou diretamente nas populações de espécies da fauna para reduzir o risco de colisões com aeronaves e do Programa Nacional de Gerenciamento do Risco da Fauna, que estabelece objetivos e metas para aprimorar a segurança operacional.

sexta-feira, outubro 05, 2012

Manual do Eleitor

Roubei esta do Blog do Tas, muito boa. Vale conferir o vídeo.


quinta-feira, outubro 04, 2012

Paralisação da Alpa volta ao noticiário internacional




Reuters repercute 
desinteresse da Vale
e do governo pela 
siderúrgica




Uma das principais agências de notícias do mundo, a Reuters divulgou por meio do seu escritório brasileiro, no último final de semana, reportagem dando conta da paralisação das obras da Alpa (Aços Laminados do Pará), em Marabá. A repórter Sabrina Lorenzi faz uma abordagem completa do caso, embora não apresente novidades, além das já publicadas pelo CORREIO DO TOCANTINS ainda no primeiro semestre do ano, quando a própria Vale, dona do projeto, admitiu que só retomaria as obras com o início da derrocagem do pedral do Lourenção, no Rio Tocantins.

O jornal Estado de São Paulo foi um dos que publicou a matéria no sábado (28/9), com o título: “Vale suspende construção de siderúrgica em meio a impasse com governo”. A Reportagem afirma que a construção da siderúrgica patina entre um impasse da mineradora com o governo brasileiro e a necessidade de a empresa postergar investimentos fora de suas áreas de prioridade por conta da crise. As fontes seriam autoridades de uma pessoa com conhecimento direto das decisões da companhia. 

A estagnação do projeto começou na virada do governo Lula, grande padrinho da construção de cinco siderúrgicas pela Vale, para o governo Dilma Rousseff, quando a derrocagem que faz parte do plano da Hidrovia Tocantins-Araguaia, simplesmente sumiu do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), o qual define as prioridades do governo. 

Empresários e políticos, impulsionados pela opinião pública, pressionaram o governo federal na metade deste ano e receberam a promessa de que a derrocagem seria agilizada, porém a hidrovia não voltou a constar no TAC. Em entrevista ao CORREIO DO TOCANTINS, o diretor de Siderurgia da Vale, Aristides Coberline, declarou que a mineradora não desistiria do projeto, mas assumiu que a construção está paralisada até que a navegabilidade do Rio Tocantins seja retomada.

FONTES
Além das fontes não reveladas, a Reuters entrevistou o atual secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Pará, David Leal, assim como o secretário Municipal de Indústria e Comércio, João Tatagiba, ambos falando sobre o estágio atual da obra da Alpa, que não passou da terraplenagem.

A siderúrgica é um projeto que envolve investimento de 3,2 bilhões de dólares e capacidade anual de produção de 2,5 milhões de toneladas de placas de aço em Marabá. 

O impasse envolvendo o chamado Lote 11 da Gleba Quindangues, uma área particular onde é explorada água mineral, por outorga do DNPM, também é citado pela repórter, sem maiores detalhes. Ela lembra que a área está em disputa judicial, uma vez que o proprietário não aceitou os termos da avaliação feita pelo governo do Estado na desapropriação.

“Sobre a terraplenagem, a obra foi realizada até onde foi possível, com 85 por cento dela executada, devido ao impasse do lote 11”, responde a mineradora em resposta enviada à Reuters na sexta-feira. 

PROTOCOLO
Segundo David Leal, a diretoria da Vale pediu que o governo assinasse um protocolo de intenções se comprometendo com as obras da hidrovia.  De acordo com o secretário do Estado, a mineradora disse que, se o governo assinasse o documento, imediatamente retomaria as obras. 

O governo federal trabalha para destravar o impasse, mas não vai assinar o protocolo de intenções para a execução das obras da hidrovia como propôs a Vale, afirmou à Reuters uma fonte do governo, que preferiu ficar no anonimato. 

“A entrada da Vale na siderurgia foi um dos pontos de discórdia com o governo que culminaram com a saída de Roger Agnelli da presidência da mineradora. O governo no tempo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a cobrar maior participação da mineradora no setor siderúrgico”, diz a reportagem. 

DIFÍCIL E CARA
A hidrovia Araguaia-Tocantins enfrenta problemas de navegabilidade, com necessidade de obras para retirada de pedras que impedem a travessia de embarcações num trecho de 43 quilômetros – uma obra cara e difícil. O projeto já estaria em estágio de licenciamento. 

A Vale contratou uma consultoria para realizar um segundo estudo de viabilidade técnica e econômica do empreendimento, o qual deve ser concluído em novembro. 

DESFAVORÁVEL
O problema da hidrovia é crucial, mas o cenário econômico desfavorável também acabaria atrasando de qualquer forma projetos de siderurgia da Vale, segundo uma fonte que acompanha as decisões da companhia e analistas de mercado. 

Diante do fraco desempenho do mercado de minério de ferro e aço, a Vale foi obrigada a rever seus investimentos e priorizar projetos mais importantes para evitar resultados financeiros ruins. 

De acordo com a fonte com conhecimento da situação, que pediu para não ser identificada, projetos de siderurgia não estão entre as prioridades da companhia e deveriam mesmo ficar para depois. 

Segundo o analista do Goldman Sachs, Marcelo Aguiar, os projetos de siderurgia que ainda não foram aprovados não devem passar pelo crivo dos conselheiros tão cedo. "A Vale não deverá aprovar nenhum novo projeto, irá tocar apenas os que já se iniciaram e os de minério de ferro", afirmou. (CORREIO DO TOCANTINS, com informações do Estadão)


Aziz Mutran é sepultado em Belém




Último dos filhos homens de Nagib e Alzira Mutran que ainda estava vivo, o empresário e pecuarista Aziz Mutran Neto faleceu no último domingo e teve o seu corpo sepultado na terça-feira (2), no Cemitério Recanto da Saudade, em Belém. Azizinho, como era tratado, estava internado há seis meses no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, desde que teve um AVC. Desde então, o seu quadro alternou melhora, com problemas em órgãos como os rins, até que no dia 30 de setembro ele faleceu. 

Aziz era pioneiro na comunicação radiofônica em Marabá, onde fundou há 25 anos a Rádio Itacaiúnas AM, empresa que hoje já não pertence à família. Nos últimos anos se dedicou à exportação de castanha, um ramo que sempre foi explorado pelos Mutran. Ele também foi deputado estadual por dois mandatos, pelo antigo partido PDS.

Aziz, nascido em 1929, também era o único irmão homem ainda vivo, dos descendentes de Nagib Mutran, ex-prefeito de Marabá. Antes dele, faleceram Guido Mutran, em novembro de 2010 e Osvaldo Mutran, o Vavá, em maio deste ano, em Belém. Já Arlete, vive no Rio de Janeiro.

O falecido era casado com Maria de Nazaré Monteiro Mutran, a Nazir, e era pai de Regina, Sérgio e Mauro.

Estrada de Ferro Carajás sofre bloqueio indígena

A Vale informou nesta quarta-feira que as operações da Estrada de Ferro Carajás (EFC) estão paralisadas por conta de um bloqueio indígena, que ocorre desde terça-feira. Segundo nota enviada pela mineradora, o bloqueio se deve a protestos dos índios contra uma Portaria da Advocacia Geral da União (AGU). "Eles reivindicam direitos de salvaguarda de suas terras e as manifestações não têm relação direta com a Vale", disse a empresa. 

O bloqueio está ocorrendo entre os povoados maranhenses de Mineirinho e Auzilândia, no município de Alto Alegre do Pindaré. A Vale comunicou que a viagem do Trem de Passageiros com destino a São Luís será interrompida e os passageiros deverão desembarcar em Açailândia. Para que os passageiros cheguem ao destino final, a mineradora disponibilizará ônibus. 

"A Vale repudia quaisquer manifestações violentas que coloquem em risco seus empregados, passageiros, suas operações e que firam o Estado Democrático de Direito", afirmou a empresa, no comunicado. Ainda segundo a mineradora, estão sendo acionados "todos os meios legais para responsabilizar os invasores civil e criminalmente, já que obstruir ferrovia é crime".