quinta-feira, abril 26, 2007

Otimismo no meio jornal


Pelo menos 85% dos editores estão otimistas com o futuro dos jornais. Esse é o resultado do “Barômetro das Redações”, estudo realizado pela Zogby Internacional do Fórum Mundial de Editores em Paris e pela Reuters. O estudo foi feito com 435 editores chefes, subeditores e outros executivos da mídia de todo o planeta. 42% dos entrevistados são europeus. Os sul-americanos correspondem a 8% deles.
A pesquisa aponta que 40% dos editores acreditam que a internet será o meio mais comum de informação em 10 anos. 35% deles, porém, acreditam que a mídia impressa reinará suprema. Dois terços acreditam que opinião e análise ganharão maior importância no meio Jornal. Metade dos editores está convencida de que a qualidade do jornalismo crescerá e que acionistas e anunciantes ameaçam a independência editorial.
Os resultados completos da pesquisa podem ser encontrados no site: http://www.trends-in-newsrooms.org/articles.php?id=20.

quarta-feira, abril 25, 2007

Jornalismo deixa de ser vertical

No Blog Código Aberto, o colega jornalista Carlos Castilho, da revista Fatos & Fotos, faz uma análise interessante e inovadora sobre o papel do jornalista nos tempos atuais e a necessidade de diálogo cada vez maior com os leitores.

Como defensor desta mesma linha de pensamento, a qual eu já discutia nos tempos de faculdade, passo a reproduzir parcialmente o texto de Castilho:

“(...) Na imprensa, os comentários de leitores deixaram de ser um penduricalho modernoso e começam a tirar o sono de alguns profissionais, diante dos dilemas e desafios surgidos por conta do novo tipo de relacionamento com os consumidores de notícias.
Para quem observa rotineiramente o teor e os autores de comentários postados em weblogs e páginas noticiosas na Web brasileira fica claro que a esmagadora maioria deles contém críticas à imprensa, em graus variáveis desde a argumentação séria até o xingamento grosseiro.
Não há nada de surpreendente neste comportamento, pois a participação dos leitores está ainda na primeira infância e a maioria deles está fortemente marcada por frustrações acumuladas ao longo de anos. É normal uma reação inicial do tipo catarse que geralmente é seguida pela busca da racionalidade, caso a parte atacada consiga manter a serenidade.
Acontece que nem todos os jornalistas estão conseguindo assimilar este inédito protagonismo do público, porque nunca antes haviam se defrontado com um fenômeno desta natureza. No regime militar de 1964 a 1985, a imprensa contou com a tolerância dos leitores, mesmo sendo dócil aos militares. As pessoas sentiam-se de alguma forma solidárias com os jornalistas, por conta da censura imposta pelo autoritarismo.
Na redemocratização, o público se embriagou com a liberdade de opinião num processo que chegou ao climax no impeachment do presidente Collor, mas depois perdeu intensidade. As simpatias da época da ditadura começaram a ser substituidas pela desconfiança de que a imprensa, na verdade, possuía seus próprios interesses corporativos, que nada tinham a ver com os dos leitores.
Na virada do milênio, a internet deu ao público as ferramentas necessarias para "botar a boca no trombone" e o quadro mudou completamente. A crise do mensalão foi o pretexto para que setores do público expressassem com veemência ainda maior a desilusão com os políticos e a imprensa. Em pouco tempo, as redações e os comentaristas começarm a sentir-se patrulhados e não raro hostilizados.
O impacto está sendo grande, pode danificar currículos e deixar cicatrizes profundas, caso o problema não seja analisado de forma aberta e transparente, tanto pelos leitores como pelos jornalistas profissionais. E duas questões já estão colocadas para a reflexão e discussão:
1) A função dos jornalistas está mudando e a sua grande responsabilidade hoje já não é mais apenas contar histórias e investigar denúncias mas, também, pensar como deve ser a nova ecologia informativa da sociedade atual e oferecer aos leitores os instrumentos necessários para que eles participem da produção de notícias. A era do jornalismo vertical acabou e a agora os profissionais terão que aprender a conviver com uma nova realidade.
2) O público vai passar por um complexo aprendizado para poder assumir suas responsabilidades no novo contexto informativo criado pela internet. Os leitores dispõem hoje de ferramentas incríveis de participação informativa mas isto não pode ocultar o fato de que este protagonismo tem um custo: a aceitação de responsabilidades. O quadro é muito mais complexo, mas estes dois enfoques podem ser um ponto de partida para discutir uma possível nova parceria entre jornalistas e leitores”.

Jornalismo deixa de ser vertical

No Blog Código Aberto, o colega jornalista Carlos Cartilho, da revista Fatos & Fotos, faz uma análise interessante e inovadora sobre o papel do jornalista nos tempos atuais e a necessidade de diálogo cada vez maior com os leitores.

Como defensor desta mesma linha de pensamento, a qual eu já discutia nos tempos de faculdade, passo a reproduzir parcialmente o texto de Castilho:

“(...) Na imprensa, os comentários de leitores deixaram de ser um penduricalho modernoso e começam a tirar o sono de alguns profissionais, diante dos dilemas e desafios surgidos por conta do novo tipo de relacionamento com os consumidores de notícias.
Para quem observa rotineiramente o teor e os autores de comentários postados em weblogs e páginas noticiosas na Web brasileira fica claro que a esmagadora maioria deles contém críticas à imprensa, em graus variáveis desde a argumentação séria até o xingamento grosseiro.
Não há nada de surpreendente neste comportamento, pois a participação dos leitores está ainda na primeira infância e a maioria deles está fortemente marcada por frustrações acumuladas ao longo de anos. É normal uma reação inicial do tipo catarse que geralmente é seguida pela busca da racionalidade, caso a parte atacada consiga manter a serenidade.
Acontece que nem todos os jornalistas estão conseguindo assimilar este inédito protagonismo do público, porque nunca antes haviam se defrontado com um fenômeno desta natureza. No regime militar de 1964 a 1985, a imprensa contou com a tolerância dos leitores, mesmo sendo dócil aos militares. As pessoas sentiam-se de alguma forma solidárias com os jornalistas, por conta da censura imposta pelo autoritarismo.
Na redemocratização, o público se embriagou com a liberdade de opinião num processo que chegou ao climax no impeachment do presidente Collor, mas depois perdeu intensidade. As simpatias da época da ditadura começaram a ser substituidas pela desconfiança de que a imprensa, na verdade, possuía seus próprios interesses corporativos, que nada tinham a ver com os dos leitores.
Na virada do milênio, a internet deu ao público as ferramentas necessarias para "botar a boca no trombone" e o quadro mudou completamente. A crise do mensalão foi o pretexto para que setores do público expressassem com veemência ainda maior a desilusão com os políticos e a imprensa. Em pouco tempo, as redações e os comentaristas começarm a sentir-se patrulhados e não raro hostilizados.
O impacto está sendo grande, pode danificar currículos e deixar cicatrizes profundas, caso o problema não seja analisado de forma aberta e transparente, tanto pelos leitores como pelos jornalistas profissionais. E duas questões já estão colocadas para a reflexão e discussão:
1) A função dos jornalistas está mudando e a sua grande responsabilidade hoje já não é mais apenas contar histórias e investigar denúncias mas, também, pensar como deve ser a nova ecologia informativa da sociedade atual e oferecer aos leitores os instrumentos necessários para que eles participem da produção de notícias. A era do jornalismo vertical acabou e a agora os profissionais terão que aprender a conviver com uma nova realidade.
2) O público vai passar por um complexo aprendizado para poder assumir suas responsabilidades no novo contexto informativo criado pela internet. Os leitores dispõem hoje de ferramentas incríveis de participação informativa mas isto não pode ocultar o fato de que este protagonismo tem um custo: a aceitação de responsabilidades. O quadro é muito mais complexo, mas estes dois enfoques podem ser um ponto de partida para discutir uma possível nova parceria entre jornalistas e leitores”.

sexta-feira, abril 20, 2007

Jamata não sabe de nada!


Cacá Carvalho, ator e diretor, foi sabatinado na noite desta sexta-feira (20) no Cine Marrocos por uma platéia digna de apresentação teatral. Apesar disso, a ocasião era apenas um “bate-papo” sobre a experiência como autor. Célebre pela interpretação do personagem “Jamanta” em duas novelas do horário nobre, ele não escapou de falar sobre a teledramaturgia. Entre os presentes, muitos artistas e até crianças acompanhadas dos pais. A vinda dele foi propiciada pelo Cultura Pará, que tem apoio da CVRD.

quinta-feira, abril 19, 2007

PIRÂMIDES ESTÃO FORA DA DISPUTA DAS 7 NOVAS MARAVILHAS DO MUNDO


As pirâmides de Gizé foram retiradas de uma competição na internet para escolher as novas sete maravilhas do mundo -- entre os candidatos está o Cristo Redentor --, mas a ira do chefe de antigüidades do Egito com a inclusão do monumento nesta lista continuava inalterada nesta quinta-feira (19).
A iniciativa New7wonders, criada pelo cineasta suíço-canadense Bernard Weber, para escolher as sete novas maravilhas do mundo por votação mundial irritou autoridades egípcias quando as pirâmides -- as únicas maravilhas do mundo antigo que ainda estão de pé -- foram incluídas na competição.
"Depois de uma análise cuidadosa, a Fundação New 7 Wonders, nomeia as Pirâmides de Gizé -- as únicas das 7 Antigas Maravilhas do Mundo existentes -- como Candidatas Honorárias do concurso New7Wonders", destacou um comunicado publicado no site, acrescentando que a partir de agora não será possível escolhê-las.
"Esta decisão também levou em conta a visão do Conselho Supremo de Antigüidades do Egito e do Ministério da Cultura egípcio", acrescentou o site, reconhecendo as expressões de ultraje que marcaram a visita de Weber ao Egito, em janeiro, ao anunciar que as pirâmides estavam entre os 21 finalistas.
Depois do anúncio, o todo-poderoso das antigüidades egípcias, Zahi Hawass, disse a jornais locais que as pirâmides "são a única das sete maravilhas do mundo antigo que ainda existem. É ridículo, elas não precisam entrar numa votação".
A decisão desta quinta-feira não ajudou muito a diminuir sua raiva contra o que ele chamou de um "golpe publicitário" grosseiro. "Não pedimos nada a essa gente e rejeitamos a companhia turística que tenta escolher as sete maravilhas. Estão traindo os egípcios", disse Hawass, referindo-se à organização de Weber.
Ex-assistente do cineasta italiano Federico Fellini, Weber lançou o site www.new7wonders.com, onde que os internautas podem escolher as "novas sete maravilhas" do mundo. As sete maravilhas antigas foram escolhidas pelo historiador grego Heródoto e incluía os jardins suspensos da Babilônia, a estátua de Zeus em Olímpia, o Colosso de Rodes e o farol de Alexandria.
Entre os outros 21 candidatos da competição para as Novas Sete Maravilhas estão o templo Angkor Wat, no Camboja, a Torre Eiffel em Paris, a Acrópole de Atenas, o Taj Mahal na Índia e a Grande Muralha da China.
Os resultados da votação serão anunciados em 7 de julho, em Lisboa.

quarta-feira, abril 18, 2007

80 dos maiores peritos criminais revelam suas técnicas de

Com o lançamento da Prestígio Editorial leitor descobrirá
por que “todo contato deixa um vestígio”

O que é verdade e o que é exagero ficcional nas séries de investigações criminais? Intrigada com essa questão, a escritora americana Connie Fletcher entrevistou 80 especialistas forenses cobrindo os vários estágios que envolvem a investigação de um crime: da descoberta do corpo ao veredicto final no julgamento. Seu minucioso trabalho resultou no livro Não existe crime perfeito - Todo contato deixa um vestígio, lançamento da Prestígio Editorial.

Fletcher dá voz aos protagonistas da vida real da investigação criminal. O livro é uma transcrição dos relatos, freqüentemente comoventes, colhidos nas entrevistas que a autora teve com esses profissionais da ciência forense, que combina criminalística e medicina legal. Eles falam de forma clara e didática sobre suas especializações, a cena de um crime e o que foi feito a partir da premissa de que “todo contato deixa um vestígio”.

Diferente do que se imagina desses profissionais, os leitores irão constatar que eles são divertidos e bem-humorados. “Jamais esperei que eles fossem bons contadores de histórias. Mas ouvi analistas de DNA contando histórias fascinantes a partir de uma mancha de sangue, antropólogos fazendo poesia a respeito de como você pode perceber os traumas da vida de uma pessoa em seu esqueleto e analistas residuais fazendo narrativas de parar o coração sobre serial killers pegos por um fragmento de tinta”, diz a autora.

Os capítulos são apresentados de acordo com as etapas do trabalho investigativo, começando pela análise do local do crime onde são coletadas evidências. O livro segue apresentando como transcorre a interpretação do local do crime, a análise de microvestígios e a coleta de evidências registradas no corpo que “fala após a morte. Ele está literalmente morrendo de vontade de lhe contar o que aconteceu com ele”. O comentário é de um médico legista de Nova Jersey.

O leitor também conhecerá as etapas que acontecem fora da cena do crime, como o difícil trabalho de identificação do DNA e o que pode ser feito num laboratório criminal. Os peritos comentam, ainda, a investigação a partir de casos arquivados e os seus testemunhos no tribunal, tido para muitos como o clímax de seus trabalhos.

Além de saciar curiosidades técnicas das investigações, o leitor irá se divertir conhecendo um pouco mais o perfil dos peritos e os jargões usados no meio. Piadas sobre policiais são constantes, evidenciando que há uma rixa entre essas duas classes nos Estados Unidos. “Um modo eficiente de afastar policiais curiosos do local é dar-lhes pás e pedir para ajudarem a limpar a neve. De repente eles somem porque entenderam que talvez tenham que trabalhar”, ensina um técnico em evidências.

A versão em português do livro foi tecnicamente revisada pelo diretor dos laboratórios forenses do Instituto de Criminalística de São Paulo, Osvaldo Negrini Neto.

Sobre a autora
Connie Flechter é doutora em literatura inglesa e professora de jornalismo investigativo na Universidade Loyola de Chicago. Flechter é autora de quatro livros sobre o trabalho de policiais, sendo Não existe crime perfeito o primeiro a abordar a rotina da investigação forense.

Sobre a editora A Prestígio Editorial é um selo da Ediouro Publicações e reúne os títulos de Saúde, Comportamento, Desenvolvimento Pessoal, Séries de TV, além da Moderna Literatura.

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Ficha Técnica:


Livro: Não existe crime perfeito - Todo contato deixa um vestígio
Autor: Connie Flechter
Tradução: Roberto Argus
Nº Pág.: 384
Preço: R$ 39,90
www.ediouro.com.br/prestigio
Serviço de Atendimento ao Leitor: (21) 3882-8416

sábado, abril 14, 2007

Massa diz que não vai dar espaço a Hamilton


Felipe Massa disse que não vai dar espaço para Lewis Hamilton, o Robinho da Fórmula 1, na largada do GP do Bahrein, neste domingo. No GP da Malásia, no último domingo, o brasileiro perdeu a primeira posição para a revelação da McLaren logo na segunda curva e errou ao tentar dar o troco. - Tenho que fazer uma boa largada e não dar espaço para o Hamilton. O último domingo não foi um bom dia para nós. A McLaren mostrou um ritmo de corrida incrível e não conseguimos mostrar nosso potencial porque estávamos sempre atrás de outros carros. Vamos mostrar um ritmo muito melhor aqui no Bahrein – diz Massa, em entrevista ao site da revista inglesa "Autosport".A Rede Globo transmite a corrida, no domingo, com narração de Cléber Machado, comentários de Reginaldo Leme e Luciano Burti, e reportagens de Carlos Gil.

Avião-helicóptero vai atacar no Iraque


O avião americano V-22 Osprey vai começar a ser usado no Iraque a partir de setembro, apesar da série de acidentes fatais nos quais esteve envolvido e dos vários problemas registrados durante seu desenvolvimento.


Graças ao design revolucionário com dois jogos de turbinas sobre as asas, o V-22 Osprey decola como um helicóptero e voa como um avião.


Cada ‘brinquedinho’ custa US$ 68 milhões (quase R$ 140 milhões). A longo prazo, o Osprey deve substituir os helicópteros CH-46, usados desde a guerra do Vietnã. O projeto de construção da aeronave, que começou a ser desenvolvido há 20 anos, passou por vários problemas e alguns acidentes, que causaram 30 mortes.


Como os aviões de asas fixas, o Osprey pode se elevar bem mais alto do que um helicóptero, fora do alcance da maior parte dos mísseis lançados do solo, "acima do perigo", e dispõe de uma série de sistemas detectores e de alertas, segundo informações do exército norte-americano.(Foto: Saul Loeb/AFP)

sábado, abril 07, 2007

Fumar narguilé, uma nova 'febre'


Onde há fumaça há... um narguilé. Tudo começou com uma novela. Bares temáticos abriram as portas. Restaurantes de culinária árabe aderiram. Os clientes começaram a fumar, trouxeram amigos, que levaram outros. E, no boca-a-boca o que era moda se tornou uma febre. O tradicional cachimbo de água ou narguilé usado há milênios nos países do sudeste Asiático e Oriente Médio (também conhecido como "hookah" ou shisha) agora é comprado para se ter em casa. Os novos modelos facilitaram a popularização do narguilé que vêm em caixas portáteis e fáceis de carregar. Isso porque, quem tem, leva o objeto para todos os lados: à casa de amigos, aos restaurantes, ao bar da esquina e até à padaria e à praia. Nas areias do litoral norte se tornou comum ver rodas de jovens banhistas reunidos sob o sol e em torno de baforadas aromatizadas de maçã, morango, hortelã, entre outros.NOVOS AROMAS - Com a introdução de sabores diferentes ao tabaco, o uso dos cachimbos de água cresceu drasticamente entre os jovens no Oriente Médio. E agora, está se tornando globalmente popular nos campus das universidades, entre outros locais que a galera costuma se reunir. O cachimbo de água é forma de socialização, uma vez que muitos amigos fumam o mesmo narguilé juntos. "É gostoso fumar com amigos. E faz bem menos mal do que o cigarro. Um dos males do cigarro pelo que sei é fumaça quente", diz Antonio Carlos de Macedo Junior, de 46 anos, que comprou o seu narguilé no Brás. Um estudo da Organização Mundial de Saúde publicado recentemente diz que os cachimbos de água são difundidos sob a ilusão de ser uma forma segura de se fumar. Hoje até os adolescentes embarcaram neste hábito oriental milenar. Júnior tem dois filhos, o mais velho, de 16 anos, já experimentou."Sempre tive um quê pela cultura árabe. Comecei gostando da dança, das festas que via de amigos, aí teve a novela, abriram os bares, hoje, fumo até em churrasco, dois ou três narguilés "Júnior leva o narguilé até para a praia. Durante o dia, ele e os amigos tomam uma cerveja, sentam sob o sol e fumam. "O narguilé combina com tudo. É um motivo a mais para reunir os amigos em roda e bater papo." Ele acredita no falso mito de que é um hábito que não vicia. BAFORADAS NO BAR - Quem não tem um também pode se divertir em bares como o Alibabar, uma casa na Vila Olímpia, zona sul, que cobra R$ 19,50 pelo aluguel do aparelho por uma hora (ou enquanto durarem dois carvões ). O representante comercial Sergio Antonio Pereira, de 34 anos, foi até lá, e deu as primeiras baforadas, por curiosidade. "Gostei tanto que me tornei habitué. Logo depois, pedi a um amigo que trouxesse um narguilé para mim do Líbano." O ex-fumante que consumiu três maços por dia durante 14 anos, diz que parou de fumar há 2 anos. Mas, e o narguilé? "Esse eu só acendo com os amigos. Não tem graça fumar sozinho." Não traga? "Trago como o cigarro, mas o narguilé não me dá dor de cabeça nem cheiro. Parei com o cigarro por causa do cheiro." Quando vai ao bar, ele leva seu narguilé, assim pode fumar sem limite de tempo - só usa o fumo de maçã. Pereira chegou a comprar mais dois narguilés, mas deu de presente para amigos. Para embalar as baforadas, Pereira também passou a ouvir músicas árabes. "Uma coisa leva à outra. Mas o narguilé virou praga", diz Pereira.A procura pelo cachimbo de água aumentou tanto que já é vendido em banca de jornal e no templo das quinquilharias, a Rua 25 de Março, sem nenhum traço de tradição oriental. São modelos chineses, que invadiram o mercado interno com preços competitivos, 30% mais baixos do que os modelos vindos do Líbano Síria e Egito, fabricantes de narguilés de primeira linha. Já existem também cópias nacionais, bem atraentes, feitas com vidros coloridos. NEGÓCIO DA CHINA - O importador Ali Hage, de 37 anos, diz que o narguilé virou um negócio lucrativo. Ele começou a importá-lo meio sem querer. "Sempre trazia um ou dois para amigos. Aí as encomendas aumentaram muito e resolvi fazer disso um negócio." Hage importa 5 mil por ano e a maioria de seus clientes (95%) não tem ascendência árabe. "O que tá pegando agora é o modelo chinês, mais em conta. Não tem tanta qualidade como beleza." Os narguilés de primeira linha são feitos de cristal tcheco e aço inoxidável. O cristal chinês não é tão limpo e, portanto, brilha bem menos. O preço dos narguilés importados varia de acordo com a origem e o tamanho. É possível encontrar modelos de R$ 100 a R$ 1.500. Mas Hage avisa: "Narguilé é como carro. Você sempre pode equipá-lo."