terça-feira, dezembro 27, 2011

Águia apresenta elenco nesta terça-feira

O Águia de Marabá para o Campeonato Paraense de 2012 terá renovação de 50% do elenco em relação ao grupo que terminou o Campeonato Brasileiro da Série C em 2011. É o que garante o técnico João Galvão, sem adiantar nomes uma vez que o clube só apresenta os jogadores no final da tarde desta terça-feira, na Academia Engenho Novo. Na ocasião, também será conhecido o novo uniforme da equipe, agora da tradicional marca Umbro.

A apresentação estava prevista originalmente para esta segunda-feira, um dia após o Natal, porém dificuldades em conseguir vagas em voos e horários apertados inviabilizaram a chegada de muitos dos atletas. Diante disso, logo cedo o Águia informou à Imprensa sobre a mudança. Equipe do CT, no entanto, encontrou com João Galvão na rua e arrancou dele algumas informações sobre o grupo.

Membro da elite do futebol paraense, mesmo com uma campanha apenas modesta em 2011, o Águia estreia no Parazão apenas da segunda fase, já dentro da Taça Cidade de Belém, nome do primeiro turno. Os dois primeiros jogos serão fora de casa: no dia 15 de janeiro, contra o Remo, no Baenão, em Belém e no dia 17 contra a Tuna no estádio do Souza, também na capital. O torcedor marabaense só poderá conferir o Águia no Zinho Oliveira no dia 22, quando o time recebe o São Raimundo.

Com isso a pré-temporada será das mais curtas, com apenas 12 dias para avaliações médicas, trabalho de condicionamento físico e coletivos para formar uma equipe titular.

GRUPO
Para justificar o segredo quanto aos nomes dos novos jogadores, Galvão diz basear-se na experiência dos últimos anos para refrear a empolgação. Segundo ele, é comum o jogador estar com tudo acertado com um clube, estar de viagem marcada, mas no meio tempo receber proposta financeira mais vantajosa e aceitar. “Para evitar isso, só divulgamos depois que o atleta já está na cidade e de contrato assinado”, comenta.

O CT perguntou, então, quem está confirmado no grupo, entre os atletas já treinados por ele em 2011. Galvão lista: o goleiro Alan Farias, e o volante Analdo, que estavam emprestados à Tuna; o zagueiro Charles, que estava no Ananindeua; o lateral esquerdo Rairo; o zagueiro Roberto, que estava no Parauapebas, o meia Flamel.

Esses nomes citados pelo treinador estavam em atividade em clubes que disputaram a fase preliminar do campeonato paraense e já estariam em ritmo de competição. “O time vai demorar um pouco para pegar a parte física ideal e se entrosar pelo tempo em que está se apresentando. De outro lado, prefiro ter um grupo fechado e unido. São atletas escolhidos a dedo e vai dar tudo certo pra gente”, acredita.

Quanto ao clássico contra o Remo já na estreia, Galvão não se sente intimidado e entende que será uma boa oportunidade de medir o estado da equipe, além de ser um tipo de confronto que motiva mais os atletas. Ele lembra que o Remo vem de um período mais longo de preparação do grupo, com cinco meses de atividade e muitos amistosos.

O Campeonato Paraense de 2012 repete a mesma fórmula e regulamento de 2011, com turno e returno, além de final entre os campeões dos turnos. A final será disputada em dois jogos nos dias 22 e 29 de abril.

A apresentação do time acontece nesta terça-feira, às 18 horas, na Academia Engenho Novo, próximo à UFPA, na Folha 31.

Capes aprova curso de mestrado para Marabá

Na última reunião do ano de 2011, o Conselho Técnico-Científico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aprovou a proposta de abertura do primeiro curso de mestrado a ser instalado no Campus Universitário de Marabá, vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA). A Pós-Graduação, em nível stricto sensu, será em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia.

O edital deve ser divulgado em janeiro de 2012, e a primeira turma tem previsão de iniciar no próximo mês de março.
“Este mestrado, interdisciplinar, propõe contribuir para o alcance de uma das metas da UFPA, que é a construção de um pensamento científico engajado nas problemáticas que compõem a dinâmica social da região Norte. O curso fortalece, assim, o desenvolvimento da pesquisa científica no Estado do Pará.”, explica a professora e coordenadora do primeiro curso de pós-graduação stricto sensu do Campus de Marabá, Celia Regina Congilio.

De acordo com a docente, tanto os cursos de graduação quanto os de especialização, criados em Marabá, foram se constituindo como potencializadores do diálogo contínuo entre diferentes campos do conhecimento. Ainda de acordo com a professora, esses fatores convergiram para a construção de um projeto inter e transdisciplinar para o Campus Universitário.

“A reunião de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, envolvidos nesta proposta de mestrado, resulta deste movimento. Com a aproximação de áreas de estudos diferentes, entende-se que a compreensão e intervenção nos problemas regionais exigem uma atitude teórica e investigativa que supere as barreiras disciplinares, em direção à integração de conhecimentos”, complementa a coordenadora.

O Mestrado em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia terá duas linhas de pesquisa, a saber: Estado, Território e Dinâmicas Sócio-ambientais na Amazônia; e Produção discursiva e dinâmicas sócio-territoriais na Amazônia. De acordo com o calendário proposto, o edital já se encontra em processo de elaboração, e dever ser lançado em janeiro de 2012.

Início
Ainda em meados de março do ano que vem está previsto o início da pós-graduação stricto sensu, com a constituição da primeira turma. Inicialmente, serão ofertadas 12 vagas aos candidatos interessados. O corpo docente será constituído por 12 professores permanentes e dois colaboradores.

Expectativas
Segundo a coordenadora, as expectativas para o novo curso são grandes. “Não apenas para discentes do Campus de Marabá, mas, também, para estudantes egressos da graduação que moram em diversos municípios do Estado. De fato, há um clima de grande expectativa, o que aumenta o nosso compromisso de oferecer uma pós-graduação de alta qualidade, que possa ser bem avaliada, para, assim, contarmos com a possibilidade de ampliação de atendimento a esta demanda”, acredita a docente. Espera-se, ainda que o Mestrado contribua para expandir a pós-graduação na região, tendo como perspectiva a futura Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará.

Futuro
A partir de agora, espera-se que outras pós-graduações sejam criadas. O Curso de Geologia, por exemplo, trabalha com o escopo de implementar  um projeto de mestrado. “O objetivo é sempre prosseguir com a caminhada. É importante ressaltar que a aprovação do Mestrado em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia resulta de um grande esforço coletivo. Todo o corpo docente, formado por professores permanentes e colaboradores, trabalhou conjuntamente, segundo o ideal de construção de um pensamento científico e engajado sobre as questões locais e globais tornam complexa a inserção da Amazônia no cenário mundial”, finaliza Celia Congilio.  (CT Online)

segunda-feira, dezembro 26, 2011

A tática do campeão

terça-feira, dezembro 20, 2011

Debate do orçamento tem bate-boca na Câmara de Marabá

Era para ser uma audiência pública para sugestões e ajustes ao Orçamento Geral do Município para 2012 na Câmara Municipal de Marabá, mas quem compareceu ao plenário do Legislativo na terça-feira (20/12) presenciou o maior bate-boca do ano entre os vereadores, com trocas de acusações, dedo no rosto e até socos na mesa, com temas que sequer tinham a ver com o assunto em debate, que é a prioridade de investimentos para o próximo ano.

Tudo começou com a queixa da vereadora de oposição Vanda Américo (PSD) de que não recebeu cópia da peça orçamentária enviada pelo poder Executivo. Irismar Sampaio (PR), da base governista e que presidia a audiência, até então, trocou farpas com a colega.

Mais tarde, com a chegada do presidente da Casa, Nagib Mutran Neto (PMDB), a discussão passou a ser dele com Antônio da Ótica (PR), que o acusou de usar do cargo para humilhar outros vereadores. Citou como exemplo situação ocorrida em plenário com Gerson do Badeco (PHS) em outra ocasião.

Foi o suficiente para este entrar na discussão e também, com dedo em riste, fazer críticas a Nagib Mutran, o qual, mais exaltado, acusou Gerson de ter esquemas junto ao DMTU e Antônio da Ótica de ter caminhões em nome de ‘laranjas’ prestando serviço para a Prefeitura de Marabá, o que, obviamente, foi negado pelos dois. “Se vossa excelência tem rabo preso, eu não tenho. Não tenho nada com a prefeitura”, bradava Nagib.

A essa altura, demais vereadores, como Irismar Sampaio, Julia Rosa (PDT) e Toinha Carvalho (PT) tentavam contemporizar. Os edis chegaram a se retirar do plenário, mas voltaram em seguida. A audiência seguiu sem Nagib na presidência da mesma e foi encerrada por volta das 13h30.

A participação da sociedade civil organizada foi considerada fraca, mesmo assim as entidades têm prazo até às 17 horas desta quarta-feira para apresentar propostas ao orçamento.

A projeção de despesas do município para 2012 é de pouco mais de R$ 508 milhões. A idéia é votar o orçamento nesta sexta-feira (23).

Lei obriga fixação de placas de combate a pedofilia

Lei sancionada pelo governo do Estado é a mais nova arma no combate ao crime de pedofilia no Pará. A fixação de placas indicativas em hotéis, motéis, bares, restaurantes e lojas de conveniência em estradas e avenidas no Estado será agora obrigatória, com mensagens sobre a prevenção e combate à pedofilia e ao abuso sexual contra crianças e adolescentes.

A Divisão de Policia administrativa (DPA) da Polícia Civil vai fiscalizar o cumprimento da lei. O diretor da DPA, Roberto Teixeira, explica que, a partir de janeiro de 2012, quando começa a renovação de alvarás de funcionamento dos estabelecimentos, os peritos vão aos locais para fazer uma vistoria. Nesse momento, esclarece ele, os empresários serão comunicados sobre a obrigação de fixar a placa indicativa para alertar os frequentadores. “Quem não cumprir a medida vai obter um alvará provisório e depois será obrigado a se ajustar à lei”, alerta.

O delegado Roberto Teixeira elogia a iniciativa, pois agora a própria população vai poder denunciar esse tipo de situação, já que os cartazes vão conter informações importantes para se combater o crime. A Lei 7.576 também diz que as placas vão conter telefones para receber a denunciar a prática de abuso sexual de crianças e adolescentes e a legislação federal que trata sobre o assunto.

A coordenadora do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), Celina Hanoy, acha a iniciativa importante. “Qualquer norma que tenha como objetivo implementar fiscalização contra a violação dos direitos humanos de crianças e adolescentes é sempre muito importante, pois ainda vivemos em uma sociedade em que não basta o debate positivo, precisa-se de norma reguladora”, avalia.

Celina Hanoy também diz que a violência contra crianças e adolescentes atinge todas as camadas da sociedade e a violência sexual não é diferente. O principal da lei, considera ela, não está na sanção, mas na possibilidade de fazer com que todos possam saber que existe uma norma do Estado que está vigilante na violação dos direitos. “É muito importante que uma lei como essa ganhe repercussão na sociedade para que todos sabiam as consequências das violações”, finaliza. (Ag. Pará)

Aumento?

Sem muito alarde, a Assembleia Legislativa do Pará aprovou reajuste de 15% aos magistrados estaduais, com base no reajuste aos ministros do Supremo Tribunal Federal. É o Pará sofrendo o efeito “cascata”.

Mas a grande polêmica não está aí. PT e Psol espernearam, mas viram ser aprovada, ainda, a criação de 111 cargos de assessoramento em comissão, os chamados DAS, para suporte a juízes no interior do Estado. São cargos que podem receber salários de até R$ 10 mil. A providência quase dobra o número de assessores a serviço do judiciário paraense, hoje em 120.

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Prêmio a blogs incentiva tecnologia na escola



Ferramenta indispensável nos dias de hoje, a internet chega aos alunos da rede pública de ensino por meio dos laboratórios de informática e de políticas de inclusão digital que ainda não são abrangentes, mas que vão avançando principalmente pelo empenho dos educadores. O uso da ferramenta vem sendo cada vez maior com o advento de blogs de escolas e de alunos, que quase sempre têm como foco o cotidiano da comunidade escolar. De olho nisso e para incentivar essa prática, o NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional) da 4ª URE acaba de premiar os melhores no 3º Concurso de Blogs das Escolas Públicas.

O evento de premiação aconteceu na terça-feira (13) no Auditório da Escola José Mendonça Vergolino, com a presença dos blogueiros participantes e de convidados. A mesa foi composta com o diretor da 4ª URE, Pedro Souza; representante do DTE da Semed, Adalgiza Junes; os professores Bertolina dos Santos e Marcelo Carvalho e a coordenadora do NTE, professora Maria Luciléia Rodrigues.

A solenidade durou a tarde toda, uma vez que não era voltada apenas a premiação, mas também a uma mesa redonda sobre Web 2.0 na Educação, mediada pela professora Irene Correia. Neste momento, participaram, ainda, o aluno Elias Silva Júnior, da EEEM Acy Barros e a professora Tereza de Jesus. No momento cultural, destaque para a participação do músico Lucas Cavalcanti.

Premiação
Antes de anunciar os grandes vencedores, a organização explicou que a avaliação foi feita por cinco julgadores de Belém, Ananindeua e Bragança e dois de Marabá envolvidos em educação, jornalismo e novas tecnologias, sem qualquer interferência da equipes do NTE ou DTE. Cada avaliador recebeu um checklist com valores atribuídos de acordo com critérios como conteúdo, design, interação e criatividade.
Os prêmios foram conseguidos pelo NTE com doações espontâneas feitas pelo comércio, por meio de patrocinadores que incentivam o uso da internet na escola. Chamou atenção no evento, a grande participação de alunos de Parauapebas, inclusive com delegação vinda para prestigiar a solenidade.

Os blogs de escolas foram premiados com: uma impressora multifuncional (1º lugar), uma impressora jato de tinta (2º) e uma câmera digital (3º); os blogs de professores: uma câmera (1º), uma impressora multifuncional (2º) e um celular (3º).

Os blogs de alunos foram premiados na categoria ensino médio: uma câmera (1º), mp4 + pendrive (2º e 3º); além de fundamental: câmara digital (1º), celular (2º) e relógio (3º).

Ocorreu, ainda, premiação para facilitador – responsável pela criação e coordenação do blog de escola eleito em 1º lugar, assim como um aluno pela “melhor postagem”.

O CORREIO DO TOCANTINS foi um dos incentivadores e apoiadores do Concurso de Blogs por meio do CT Online, participando da divulgação do prêmio. Ao falar como um dos avaliadores convidados, o jornalista Patrick Roberto elogiou a qualidade dos blogs e enalteceu a importância da comunicação expressa na ferramenta.

A equipe do NTE é formada por: Elizânia Assunção, Irene Ribeiro, Maria Luciléia Rodrigues, Maria Núbia Pinto, Robenilde Leite, Elvis França e Tereza de Jesus Oliveira. Mais informações no endereço ntemaraba.blogspot.com.

Confira os premiados

Categoria Escola1º- Blog da Escola Josineide Tavares
2º- Projetos e eventos da escola Martinho Motta
3º- Escola Domingos Cardoso (Parauapebas)

Categoria Professor1º- Projetos Educacionais - Prof. Sheila Luiza Ferreira
2º- Os Cordéis de Lusinete - Prof. Lusinete Silva
3º- Foliando com a Matemática - Prof. Alaís Silva

Categoria Aluno - Sub-Categoria 6º ao 9º ano1º- Acy na Net – Luciano Araújo, Matheus Mario e Sabrina Cortez (6º ano)
2º- Blog da Thamy – Thamyres Rhanielly Souza Feitosa (9º ano)
3º- Somente a Verdade – Marcos das Neves, Mardoni Coelho e Matheus Vasconcelos (9º ano)

Categoria Aluno - Sub-Categoria Ensino Médio1º- X-tudo do WR – Willi Roger Silva (2º ano)
2º- Blog do Rauge Lima – Rauge Lima (2º ano)
3º- Sensação do Acy – Elisa Ribeiro, Darlyth Nogueira, Bianca Alves e July Picanço (9º ano)

Melhor Postagem“Filhos Antes da Hora / Blog Comportamento Sexual – aluno Eduardo Oliveira Alves – 2º ano da Escola Irmã Dulce

Categoria professor facilitadorFátima Tabosa e Francisco Chagas Souza

Blogueiro DestaqueBlog do Acy – Elias Silva Jr.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Bem que poderia ter sido histórico


Para muitos analistas políticos este dia 11 de dezembro de 2011 seria um dia histórico. Poderia ter sido. Não apenas por se cumprir uma previsão constitucional ainda não aplicada na história política moderna, desde a Constituição de 1988, mas deveria ser pela participação maciça da população envolvida. Não é o caso. O plebiscito foi um fracasso não para a tendência que perdeu no voto, mas pelo pífio envolvimento do povo no debate em uma campanha que simplesmente não empolgou.

O grosso da população, mais especificamente o eleitorado, não foi alcançado pelos argumentos de ambas as tendências, sem conseguir ver um candidato que não tem face, perdido na aplicação do dinheiro arrecadado para as campanhas e, em grande parte apenas seduzido pela propaganda da TV, fruto de estratégias montadas em salas de reunião de agências de publicidade da capital ou de São Paulo.

Deste modo, nem mesmo as pesquisas de opinião protocoladas na Justiça Eleitoral e amplamente publicadas, dando grande vantagem ao “Não”, puderam medir antecipadamente o que era a empolgação do eleitor. Mais de 1,2 milhão de eleitores paraenses sequer saiu de casa para votar, numa abstenção que pode ser tão grande ou maior que a vista no referendo popular sobre desarmamento.

O “Sim” poderia dado ao Brasil a chance de ver surgir dois novos estados na região Norte, a partir de um Pará hoje com dimensões continentais.

Aqui no sul e sudeste do Pará temos visto e respeitado a inclinação da grande maioria à criação do Carajás, o que não quer dizer que tenhamos fechado os olhos aos argumentos do “Não”, ou ao contraditório, mesmo tendo ficado flagrante que as frentes contrárias aos dois novos estados não fizeram o mínimo esforço para ganhar votos aqui. Sequer um comitê montaram nesse sentido.

De outro lado, o “Sim” avançou mais com ações de voluntários, e foram muitos, do que pelo comando das lideranças apontadas para esse fim, que tiveram, na maior parte do tempo, de lidar com a burocracia, a guerra de egos e a falta de unidade, que em muito atrapalhou a verdadeira necessidade de discutir ideias, de chegar ao cidadão comum.

Por mais que este dia 11 seja um dia para a história, não foi histórico, foi como num dia de grande clássico, um FlaxFlu com um raro Maracanã vazio ou com uma torcida pouco animada nas arquibancadas. Que pena!

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Reportagem da Globo repercute mal entre emancipacionistas

Lideranças do movimento de emancipação do Estado do Carajás consideraram tendenciosa e pré-conceituosa a edição e a condução dada à primeira reportagem do “JN no Ar” sobre o plebiscito no Pará. Para eles, em Marabá o Jornal Nacional não deu espaço suficiente para as argumentações em defesa do novo Estado, além de ter usado depoimento do economista Rogério Boueri, não gravado aqui na cidade e que tem tese contrária é divisão do Estado.

Para o prefeito de Pau D’arco, Luciano Guedes, responsável pela Comunicação da Frente em Defesa da Criação do Carajás, a reportagem se mostrou parcial na medida em que citou os números de Rogério Boueri e não fez menção aos do também economista Célio Costa, no trabalho em que apresenta os argumentos econômicos para a divisão do Pará. “Com isso, só podemos entender que o enfoque seja do interesse da campanha do Não”, afirma Guedes.

O prefeito lembra que o trabalho de Boueri trata-se de uma tese particular dele e não de números oficiais do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), como diz a reportagem, o que já foi desautorizado pela própria instituição. “Eles não citaram, por exemplo, estudo do Senado Federal que comprovam a viabilidade da emancipação”, pontua o membro da frente pró-Carajás.

O próprio professor Célio Costa, que ontem estava em Belém, falou por telefone conosco e lembrou que a jornalista Cristina Serra, enviada da Globo ao Pará, tem os dados do seu livro, mas não apresentou sequer o contraponto entre o que ele defende e o seu colega economista.

De outro lado, a imprensa internacional mostra-se interessada no tema redivisão territorial, tanto que ontem Célio foi entrevistado para o jornal The Economist, por uma representante do mesmo no Brasil.

REPORTAGEM
A equipe do Jornal Nacional pousou em Marabá na noite de segunda-feira e dedicou a terça-feira a produção da primeira das reportagens sobre o plebiscito, a qual foi veiculada à noite com 4 minutos e 44 segundos de duração.

Depois de contextualizar que o Pará vive um momento histórico, com a realização do plebiscito que decidirá o futuro da região, a repórter focou mazelas sociais de Marabá, entrevistando pessoas fazendo relato de violência urbana, além de citar números sobre crimes no campo, o que já virou lugar comum da imprensa nacional em relação a região Norte do Brasil.

“A cidade não se preparou para o crescimento. A região de Carajás se tornou conhecida por dois problemas que ilustram bem o modelo de desenvolvimento que se instalou por lá. Um deles é o desmatamento para dar lugar a plantações e pastagens. O outro é a violenta disputa pela terra”, narrou a jornalista Cristina Serra.

Conhecido no meio acadêmico, onde a divisão territorial não é um tema bem visto, além de militante partidário em Marabá, Ribamar Júnior foi ouvido por ela como sendo representante do movimento contrário à divisão. Ele disse: “A gente defende a manutenção do estado não na perspectiva de que tudo isso está bom. A gente acredita que os problemas não estão relacionados ao tamanho do Estado, mas ao modelo de governança, à forma de gestão como está aí”.

Como o presidente da Frente Pela Criação do Carajás, o deputado João Salame Neto, não estava na cidade, a produção só ouviu o presidente da Acim (Associação Comercial Industrial de Marabá), Ítalo Ipojucan, pego de surpresa pela manhã, enquanto coordenava um simpósio da entidade que dirige. Ítalo falou: “O grande debate é da eficácia e do alcance das políticas públicas. Nós temos um território extremamente vasto e grande. E a descentralização administrativa é um fator benéfico, é um fator de otimização dos investimentos que a comunidade precisa na sua infraestrutura”.

Ipojucan é outro que acredita que a reportagem poderia ter sido mais incisiva, dando mais espaço ao contraditório e explicando as origens históricas do movimento emancipacionistas, ligadas às dificuldades do Estado em administrar um território de grandes proporções e tão heterogêneo.

A TV Liberal, afiliada da Rede Globo no Pará, e que dá suporte ao trabalho do JN no Ar, é defensora do “Não”, como já expresso claramente no portal do Grupo ORM, que tem sua raiz em Belém. Ao chegar a Marabá, no entanto, a jornalista Cristina Serra prometeu em entrevista ao CORREIO DO TOCANTINS que sua reportagem seria isenta, desatrelada das paixões que o tema desperta.

Ontem a reportagem do Jornal Nacional esteve em Santarém, para falar do Tapajós e nesta quinta-feira transmitirá direto de Belém.