segunda-feira, março 02, 2009

Farda é usada como ‘fantasia’


Irregular – Brincante ostenta uniforme da PM e acaba detida por guarnição

O policiamento destacado para trabalhar no período de Carnaval em Marabá ganhou um reforço, no mínimo, inusitado na tarde de segunda-feira, dia 23, quando da brincadeira do bloco Vai Quem Quer pelas ruas da Nova Marabá. Uma mulher circulava entre os foliões trajando uniforme completo da Polícia Militar do Pará, com direito a pintura no rosto simulando barba e bigode. A ‘fantasia’ durou apenas até que ela fosse percebida por guarnição da PM, com policiais de verdade, que a detiveram para esclarecimentos. A reportagem avistou outros brincantes com fardas similares as de militares do Exército e dos Bombeiros.
A utilização indevida de uniforme oficial pode gerar a detenção do infrator e abertura de inquérito para descobrir a procedência do fardamento. Caso fique apurado que a farda pertence a um policial, este poderá ser detido e responder a inquérito administrativo. É o que explica ao CORREIO DO TOCANTINS o major PM Luciano Moraes Ferreira, da Corregedoria de Polícia em Marabá.
Segundo o oficial, casos de investigação de policiais por uso indevido de uniforme não são comuns, porém ele admite que acontecem casos de emprego de farda por meliantes na prática de delitos.
Procurado pela reportagem para falar a respeito do caso da mulher detida com uniforme, o major PM Adilson, comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), se demonstrou surpreso com o relato da repórter. Segundo o major, até aquela data, dia 26, nenhum relatório apresentado continha a ocorrência relacionada, ficando o oficial sabendo do fato através de nossa equipe, que apresentou fotos do momento da abordagem.
O comandante ficou de cobrar esclarecimentos dos oficiais que estavam de plantão no dia do ocorrido. Ele ponderou que qualquer pessoa pode adquirir um uniforme oficial, seja por meio de um parente ou mesmo comprando nas lojas que fazem a comercialização das fardas.
Procurado novamente na tarde de ontem, o major Adilson explicou que já havia se inteirado sobre a ocorrência. Segundo ele, a mulher foi conduzida e apresentada na Seccional de Polícia Civil, onde alegou que o fardamento pertencia a seu pai, um policial já falecido, e que ela já fez uso da roupa durante a brincadeira em outros carnavais, numa espécie de ‘homenagem’ ao pai. O fardamento foi apreendido e a mulher, identificada como sendo Benilde Nágila Almeida, liberada após os procedimentos legais. (Elizabete Ribeiro)