segunda-feira, dezembro 12, 2011

Bem que poderia ter sido histórico


Para muitos analistas políticos este dia 11 de dezembro de 2011 seria um dia histórico. Poderia ter sido. Não apenas por se cumprir uma previsão constitucional ainda não aplicada na história política moderna, desde a Constituição de 1988, mas deveria ser pela participação maciça da população envolvida. Não é o caso. O plebiscito foi um fracasso não para a tendência que perdeu no voto, mas pelo pífio envolvimento do povo no debate em uma campanha que simplesmente não empolgou.

O grosso da população, mais especificamente o eleitorado, não foi alcançado pelos argumentos de ambas as tendências, sem conseguir ver um candidato que não tem face, perdido na aplicação do dinheiro arrecadado para as campanhas e, em grande parte apenas seduzido pela propaganda da TV, fruto de estratégias montadas em salas de reunião de agências de publicidade da capital ou de São Paulo.

Deste modo, nem mesmo as pesquisas de opinião protocoladas na Justiça Eleitoral e amplamente publicadas, dando grande vantagem ao “Não”, puderam medir antecipadamente o que era a empolgação do eleitor. Mais de 1,2 milhão de eleitores paraenses sequer saiu de casa para votar, numa abstenção que pode ser tão grande ou maior que a vista no referendo popular sobre desarmamento.

O “Sim” poderia dado ao Brasil a chance de ver surgir dois novos estados na região Norte, a partir de um Pará hoje com dimensões continentais.

Aqui no sul e sudeste do Pará temos visto e respeitado a inclinação da grande maioria à criação do Carajás, o que não quer dizer que tenhamos fechado os olhos aos argumentos do “Não”, ou ao contraditório, mesmo tendo ficado flagrante que as frentes contrárias aos dois novos estados não fizeram o mínimo esforço para ganhar votos aqui. Sequer um comitê montaram nesse sentido.

De outro lado, o “Sim” avançou mais com ações de voluntários, e foram muitos, do que pelo comando das lideranças apontadas para esse fim, que tiveram, na maior parte do tempo, de lidar com a burocracia, a guerra de egos e a falta de unidade, que em muito atrapalhou a verdadeira necessidade de discutir ideias, de chegar ao cidadão comum.

Por mais que este dia 11 seja um dia para a história, não foi histórico, foi como num dia de grande clássico, um FlaxFlu com um raro Maracanã vazio ou com uma torcida pouco animada nas arquibancadas. Que pena!

1 comentários:

Esse plebiscito foi decidido pelo STF (Supremo Tribunal Federal)Para os ministros, questões históricas, culturais, econômicas e fiscais ligam o Estado como um todo. sendo assim acho que a população diretamente interessada seria toda a nação Brasileira e não somente o pará como definiu o STF.

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