quinta-feira, agosto 26, 2010

Escavações em Xambioá seguem até o domingo



Deve seguir até domingo (29/08) o trabalho de escavações no Cemitério de Xambioá (TO) para localizar, recolher e identificar os restos mortais de guerrilheiros e militares envolvidos no episódio conhecido como Guerrilha do Araguaia. É a quarta expedição do Grupo de Trabalho Tocantins (GTT) em 2010. Para intervenção no local, a equipe multidisciplinar está de posse de uma autorização judicial expedida pela juíza Solange Salgado, da 1ª Vara de Justiça Federal de Brasília. O local é foco da ação com base em depoimentos obtidos com colaboradores, moradores da área do conflito, em expedições anteriores.

Depois do levantamento geológico com o emprego do GPR (radar de prospecção de solo), foram sinalizados quatro alvos numa área ainda inexplorada pelas diversas expedições realizadas com esse objetivo, desde o fim do episódio. Na terça-feira, 24 de agosto, foram escavados dois desses alvos.

De acordo com o major Paulo Cezar Crocetti, oficial de Comunicação Social da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, no primeiro alvo, a pouco mais de 1 metro de profundidade, conforme havia indicado o radar, foi encontrada uma pedra com constituição de óxido ferroso e um pedaço de madeira (podem ser vistos na foto sobre o gorro). Após a retirada desse objeto, foi concluído pelos técnicos do GTT que nada mais havia para ser escavado no primeiro alvo.

Ainda sobre o alvo 1, a Brigada informa que ontem deparou-se com um caixão que ainda está sendo investigado, mas que já resultou no encontro de uma ossada, com partes da canela.

Já a continuação das escavações no alvo 2, de ontem, levou ao surgimento da parte do tórax e da cabeça. “Nota-se que o caixão era zincado e que o crânio foi submetido a autopsia, pois apresenta cortes de serra. No terceiro alvo, foi encontrado apenas um chinelo. O quarto alvo ainda está sendo investigado”, diz comunicado do Exército.

Exumação

Em resposta a questionamento da reportagem do CORREIO DO TOCANTINS, outro oficial de comunicação do EB, o coronel Souto Martins respondeu que a ordem judicial permite, inclusive, a remoção dos restos mortais eventualmente encontrados. “Depois que recolhermos o material, o levaremos pra Brasília para identificação através de DNA e outros procedimentos da Polícia Federal”, diz.

O general-de-brigada Humberto Madeira, comandante da 23ª Brigada, tem acompanhado pessoalmente os trabalhos do GTT, sendo que o coronel Alfredo Meneses está à frente da logística, no suporte aos trabalhos.

Grupo

O GTT é uma equipe multidisciplinar e plural formada para chegar a respostas sobre o destino dos restos mortais de guerrilheiros. Participam do grupo pesquisadores do Museu Emílio Goeldi (Pará), além de antropólogos, geólogos, militares do Exército, Polícia Federal e técnicos em geofísica de prospecção. Também é formado por observadores independentes como: Paulo Fonteles, representante do Governo do Estado do Pará, Aldo Arantes, ex-deputado federal, e Myrian Luiz Alves, jornalista.

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