quarta-feira, abril 27, 2011

Lyoto Machida embarca rumo ao Canadá

O lutador de MMA Lyoto Machida já está em Toronto, no Canadá. O atleta deixou Belém, cidade onde vive, na segunda-feira (25) pela manhã para realizar os últimos preparativos para o UFC 129, que acontecerá no sábado (30).

No evento, que contará com cinco lutas no card principal e outras sete no card preliminar, Lyoto enfrentará, pela categoria meio-pesado, o americano Randy Couture. Este será o 11º combate de Lyoto pelo UFC e o 19º da carreira do carateca, que acumula 16 vitórias e duas derrotas em sua trajetória profissional. O show será exibido pelo canal fechado SporTV, a partir das 22h, horário de Brasília, do dia 30 de abril.


Modelo pode cair bem para Marabá

Já que Marabá anda trabalhando a criação da sua Guarda Municipal, é bom ficar de olho no que aconteceu no início desta semana em Diadema, município da região do ABCD paulista. A guarda de lá recebeu armas não letais doadas pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Os equipamentos doados são armas taser, armamento que imobiliza o agressor, por meio de choque elétrico. Esse tipo de armamento reforça o combate ao crime com a preservação da vida.

As pistolas taser serão utilizadas pelas autoridades de Diadema na Operação Integrada de Fiscalização, que acontece nos finais de semana em diversos pontos da cidade. A operação tem a participação de fiscais da Prefeitura e das polícias Militar e Civil, além da própria Guarda Municipal.

Treinamento
Além de fornecer as armas, o Ministério da Justiça também dará treinamento especializado, que será realizado em maio, por integrantes da Força Nacional. O aspecto não-letal presente a tecnologia no armamento garante maior segurança no manuseio e no controle adequado de seu uso pelo agente policial. Inicialmente, 50 guardas civis municipais de Diadema receberão esse treinamento.


Jornalismo investigativo

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), parceira da ANJ em importantes iniciativas, acaba de confirmar para o período entre 30 de junho e 2 de julho, em São Paulo, o 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo.

Embrapa completa 38 anos

Instituição reconhecida internacionalmente pelos avanços tecnológicos na agricultura tropical e pelo desenvolvimento contínuo da agricultura brasileira, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) completou 38 anos nesta terça-feira, 26 de abril.
A programação alusiva à data teve entrevista coletiva, quando foram apresentados o Balanço Social da Pesquisa Agropecuária e os resultados do PAC Embrapa, além de anunciadas 22 novas tecnologias. O evento ocorreu na sede da empresa, em Brasília.
Também para marcar a comemoração da data, foi realizada uma solenidade, à noite, no mesmo local. Na ocasião, foi entregue o Prêmio Frederico de Menezes Veiga, instituído pela Embrapa em 1974.

A distinção é concedida anualmente àqueles que, no campo da pesquisa agropecuária, tenham-se destacado pela realização de obra científica ou tecnológica de reconhecido valor ou se dedicado a produzir trabalho que signifique efetiva e marcante contribuição ao desenvolvimento agropecuário nacional.

Sob o tema florestal, os vencedores de 2011 são Dario Grattapaglia, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e José Roberto Soares Scolforo, professor da Universidade Federal de Lavras.

Na mesma data, a empresa assinou um termo de cooperação técnica com a Vale S/A, para estabelecer parcerias e viabilizar projetos de pesquisas científica, tecnológica, desenvolvimento e transferência de tecnologias de interesse comum.

Saiba mais
Criada em 1973, a Embrapa vem aumentando a sua área de atuação ao longo dos anos e hoje conta com 47 unidades em todas as regiões do país. Nos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica ou Pampa, a instituição está presente com três grandes linhas de pesquisa e desenvolvimento: ordenamento, monitoramento e gestão em territórios; manejo e valorização do bioma; produção agropecuária e florestal sustentável.

A expansão internacional da empresa também é fortalecida constantemente. Hoje, a Embrapa mantém laboratórios virtuais nos Estados Unidos, na França, na Inglaterra, na Coreia do Sul e na China.

Na vertente da cooperação técnica, o destaque é para os projetos em países africanos (Gana, Moçambique, Mali e Senegal), realizados em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), com a missão de transferir tecnologias e prospectar negócios.
 

Disque Denúncia

Por telefone, Edson Calil, diretor do Instituto Brasileiro de Combate ao Crime, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), comemorava anteontem a ótima receptividade que teve da parte do prefeito de Pau D’arco, Luciano Guedes, presidente da Amat/Carajás.

Os dois combinaram de visitar o Ministério da Justiça atrás de incentivo para disseminar o Disque Denúncia em municípios do sul e sudeste do Pará.

Em Marabá, conforme o leitor confere em reportagem desta edição, o serviço será lançado em agosto e já está em fase de implantação, contando com parceiros como o Grupo Leolar e a Alpa.

No trânsito

Não fosse o desfecho do episódio, o trabalho seria louvável. Senão vejamos: na semana passada, se não falha a memória do repórter, quinta-feira, uma diligente equipe do DMTU (Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano) depois de empreender perseguição a um motoqueiro que fugia adoidado fazendo contramão, inclusive, terminou interceptando o infrator na frente da Estação Rodoviária na Folha 32.

Pelo que deu para perceber o sujeito não usava capacete, nem portava Carteira de Habilitação e nem documento de motocicleta, cuja placa era de Redenção. Resultado: após alguns minutos de conversa entre os guardas e o estranho condutor, este foi dispensado sem assinar qualquer papel, enquanto um dos agentes de trânsito saiu pilotando a moto certamente para o curral do órgão, quando o mais prudente seria a condução do infrator à presença de autoridade policial para esclarecer a origem do veículo.

Não obstante o rosário de infrações cometidas, tal infrator deixou o local incólume, de celular no ouvido e, depois de andar cerca de 200 metros de pé, embarcou em um mototáxi em frente do Banco do Brasil para rumo ignorado. Resta saber o motivo que obsequiou o rapaz com tanta benevolência.

Mais um "eliminado" no paredão do Águia

Acabo saber que mais um foi dispensado do Águia esta semana. Agora sobrou pro atacante Torrô. Não é correto dizer que estivesse na conta dos piores. Este ano teve poucas chances como titular, mas sempre foi um atleta exemplar e dedicado. No ano passado, quando Felipe Mamão fazia os gols, ele era um bom parceiro de ataque, com assistência e muita disposição física em campo.

terça-feira, abril 26, 2011

Galvão fica, o time sai

Os jornais televisivos de Marabá ainda transmitiam, nesta segunda-feira, a entrevista do treinador João Galvão dizendo que ninguém em seu lugar faria melhor que ele, quando o Águia tratava da dispensa de três dos atletas considerados até então os mais habilidosos, ou técnicos (no tratamento da crônica esportiva) do grupo: os meias Fabrício e Michel e o lateral direito Ley.

Oras, cara-pálida, seria essa uma prática suicida para ver logo que escuridão tem o fundo do poço?

Para completar, me dizem que não foi dispensa, mas sim que os três pediram para sair, pois não aguentaram a pressão cada vez maior da torcida. Será, ora bolas, que para onde forem não haverá torcidas tão mais organizadas e até violentas na cobrança para com os jogadores?

Menos de 24 horas antes, o próprio presidente Ferreirinha prometia que cabeças iam rolar no elenco, destacando que tinha jogador “pipocando” em campo no último jogo. Se bem me lembro, esses três jogaram no sábado.

A cada dia me convenço mais, e sempre pensei assim, que o problema do Águia não é questão de dono ou de apego, não adianta apenas mudar – e acredito que deve mudar o comando técnico, mas falta uma estrutura mais aberta.

Falta mais clareza para com a opinião pública. Falta esclarecer, só para citar algumas das dúvidas que nós repórteres ouvimos diariamente nas ruas e nas arquibancadas:

- Quanto ganha o técnico do Águia? Quanto custaria contratar um outro profissional para o cargo?
- Quanto o Águia gasta com salários dos seis atacantes do elenco? Quanto gastou só com o Roma no ano passado, no pior custo/benefício da história do clube?
- Quem tem remuneração e quanto recebem cada um dos funcionários e integrantes da comissão técnica e diretoria?
- Quais os detalhes da saída do atacante Felipe Mamão do time ao final de 2010, com a alegada ida dele para o Paraná (o que não se confirmou) e depois contratação pela Tuna, onde hoje continua marcando gols?
- Quanto custa a manutenção do tal preparador físico mineiro Roberto Ramalho em detrimento a profissionais de Marabá que já mostraram serviço, enquanto o time passa, flagrantemente, por uma apatia física das mais terríveis?


Só para constar, criaram um novo lugar comum de que quem questiona a situação do clube é “contra o Águia”, já peço que me livrem do sentimentalismo fácil e tratem o tema com a mesmo ceticismo que estou lançando, afinal chega de conto de fadas. Os números não mentem!

segunda-feira, abril 25, 2011


O assalto virtualmente frustrado ao Banco do Brasil de Bom Jesus do Tocantins acabou virando piada nas rodas de bate-papo e em charges. A dinamite que deveria explodir parcialmente os caixas e o cofre acabou destruindo a agência inteira e, pior para eles, o dinheiro continuou blindado sob os escombros.

Fora a ironia da situação, é necessário analisarmos outros aspectos, sendo o principal deles a inauguração de um novo modo de operação das quadrilhas de roubo a banco no Pará. Eles trazem para o Estado uma modalidade que está cada vez mais repetida em São Paulo, o roubo de dinamite e emprego da mesma para explodir caixas eletrônicos.

Lá no Sudeste do país, as quadrilhas têm contratado especialistas em explosivos para instalar os artefatos e dinamitar caixas eletrônicos, tendo como alvo, em geral, os que ficam em supermercados e outros pontos, que não as agências.

É importante destacar que lá, também, os bandidos, vez por outra, erram na dose, destroem o imóvel e não conseguem levar o dinheiro. Os especialistas em segurança pública daquela região avaliam que muitos dos bandos têm utilizado a dinamite sem conhecimento sobre o manuseio da mesma, o que é ainda mais alarmante, se visto que todas as semanas cargas desse explosivo são roubadas no Brasil, principalmente dos depósitos de pedreiras.

quinta-feira, abril 21, 2011

Pai D’egua

Meu amigo, o experiente fotógrafo  Antônio Cícero nos envia e-mail de Belém com um ensaio do que será a capa da revista "Pai D’egua", projeto do qual está à frente e que terá sua primeira edição em junho.

A revista propõe-se a tratar de Esporte e Cultura, tendo um perfil jovem e atraente ao mercado publicitário paraense. Daqui, fazemos votos de sucesso!


Em Parauapebas

A assessoria do Unique Shopping Parauapebas confirmou que o empreendimento teve mesmo a inauguração adiada do final de abril para o dia 18 de maio. A justificativa da empresa responsável é que a concessionária de energia ainda precisa finalizar o processo de energização do empreendimento.

Não é demais lembrar, nesse quesito, que o próprio shopping teve de investir na melhoria da energia no bairro em que está instalado, devido aos problemas de fornecimento já célebres do município de Parauapebas e nunca solucionados a contento pela Rede Celpa.

O Unique é um shopping horizontal, com área de 23 mil m² e promete abrir as portas com pelo menos 40 lojas já prontas, de um universo de 300, mais as salas de cinema.

Nem tamanduá se salva


A polícia ainda tenta investigar o autor dos maus tratos a um tamanduá-mirim que foi espancado e jogado em uma lixeira em Marabá. A descoberta do animal foi no dia 10 de abril e o caso foi notícia no CT Online.

É chocante presenciar tamanha violência gratuita com a vida de um animal inocente", afirmou à época a veterinária Christina Whiteman, chefe do Núcleo de Fauna da Gerência Executiva do Ibama.

Um telefonema anônimo avisou o Corpo de Bombeiros dos maus-tratos. Acharam o animal agonizando na Rua Brasil. Levado ao Ibama, o tamanduá recebeu tratamento veterinário.

O tipo de ferimento indica que ele pode ter sido ferido por paus ou pedras, mas não houve fraturas.

Deputada tem registro mantido pelo TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerou que a Lei da Ficha Limpa não é aplicável ao caso da hoje deputada estadual Bernadete ten Caten (PT) e manteve o entendimento do TRE do Pará pelo provimento ao registro de candidatura da mesma nas Eleições de 2010. A decisão foi proferida pela ministra Carmem Lúcia, após analisar Recurso Ordinário interposto pelo Ministério Público Eleitoral do Pará, que pretendia barrar o registro da deputada.

No Recurso, o Ministério Público Eleitoral e a Coligação “Juntos com o Povo” alegavam que a deputada Bernadete foi condenada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por atos da sua gestão como superintendente do Incra, em fraude para frustrar o caráter competitivo de uma licitação que objetivava a montagem de 28 estandes e de um auditório para 200 pessoas na Feira da Agricultura Familiar e Reforma Agrária do Sul e Sudeste do Pará, ocorrida entre os dias 17 e 19 de junho de 2005, em Marabá.

À época, ten Caten foi condenada a dois anos de detenção, convertidos em duas penas restritivas de direito (prestação pecuniária e de serviços à comunidade) e em 5% sobre o valor do contrato licitado, a título de multa. Apesar da condenação criminal sofrida pela candidata, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará afastou a causa de inelegibilidade por entendê-la inaplicável às eleições de 2010, por força do Artigo 16 da Constituição da República.

FICHA LIMPA
O TRE do Pará, ao julgar o pedido de impugnação de registro da então candidata, considerou que as exigências legais foram atendidas, estando o processo devidamente instruído com os documentos exigidos, sendo inaplicável a aplicação da Lei da Ficha Limpa, em decorrência da condenação por órgão colegiado, ferindo o princípio da anualidade da lei eleitoral. Dessa forma, deferiu o registro da candidatura de ten Caten.

O Tribunal Eleitoral do Pará considerou que “a lei que altera o processo eleitoral somente será aplicada à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência”, ressaltando que “o processo eleitoral a que alude o dispositivo constitucional não se refere à norma em sentido processual, instrumental, mas à disputa eleitoral em si, cuja largada é a captação de eleitores, e a linha de chegada, a diplomação dos eleitos”.

O Ministério Público Eleitoral interpôs recurso ordinário no TSE, alegando em suma “necessidade de aplicação da retroatividade da Lei da Ficha Limpa para os casos em que a condenação foi por crime cometido contra a administração pública”. Alegou ainda o MPE que o Tribunal Superior Eleitoral tem decidido que a Lei da Ficha Limpa vale para “registros de candidatos posteriores à sua entrada em vigor”, sendo que sua aplicação às eleições de 2010 não contraria o Artigo 16 da Constituição da República.

Ou nos cuidamos ou acontecerá como no Tocantins

O governo do Tocantins, através de um decreto publicado no Diário Oficial da última terça-feira, declarou estado de calamidade pública no setor hospitalar e nas unidades do serviço estadual de saúde. O ato leva em consideração a deficiência das ações e serviços de saúde em todo o Estado, a situação crítica na prestação desses serviços e o notório prejuízo do atendimento na rede hospitalar e nas unidades do serviço estadual de saúde.

Segundo o governo, há grave risco para a vida humana nas instituições hospitalares do Tocantins. O decreto alerta para a necessidade de ações para o atendimento emergencial de saúde, tornando-se indispensáveis medidas saneadoras urgentes e especiais. Enquanto perdurar o estado de calamidade, ficam disponíveis, para atendimento aos serviços necessários da rede hospitalar, todos os bens, serviços e servidores da administração pública direta e indireta do poder Executivo.

O documento autoriza o Estado a requisitar e contratar, em caráter emergencial, quaisquer serviços e bens de saúde disponíveis, privados ou filantrópicos, com vistas ao restabelecimento da normalidade no atendimento de pacientes.

Deu no CT Online

José Olavo, geógrafo da Unicamp, comenta em reportagem do CT Online:

"Está claro que foi cometido um grande equívoco no planejamento urbano de Marabá. Este mesmo equívoco vai custar muito caro no futuro próximo ao planejamento regional e urbano do estado. Temos uma Cidade Nova, juntamente com o Aeroporto, espremidos entre dois caudalosos rios.

Para onde crescer ou expandir a não ser para o alto, ou verticalização, que seria uma medida insana mediante o clima. Temos uma Velha Marabá espremida entre o Tocantins e a sua respectiva e histórica planície de inundação. E uma nova marabá reprimida pelo traçado da estrada de ferro o rio Itacaiúnas e Tocantins. E quanto a Nova Marabá, me desculpem tamanha irresponsabilidade do projetista, quanto ao traçado das ruas, sem lógica alguma que auxilie ao motorista ou visitante.

Nenhuma avenida ou rua possui placas de trânsito, faixas de sinalização, etc... e não compreendo como existem escolas de transito... .. me parece um péssimo costume popular arrancar as placas das rodovias, avenidas, etc.. Para desorientar, então...

Estamos diante não apenas de um caos do planejamento urbano, mas também convivemos com uma tal falta de segurança que permite a ausência da sinalização e das faixas de transito. Não vamos nos esquecer que se somos brasileiros de verdade... devemos... observar os dizeres de nossa bandeira do Brasil... Ordem e progresso... e ensinar isso nas nossas escolas e nas nossas famílias..."

quinta-feira, abril 14, 2011

Repartimento: TSE nega liminar a Bersa

Decisão monocrática do ministro Hamilton Carvalhido, nomeado relator do caso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nega liminar ao prefeito afastado Bersajones Moura e mantém Valmira Lima na Prefeitura de Novo Repartimento. A nova derrota judicial do gestor se deu na noite de terça-feira (12).

Em sua decisão, Carvalhido diz não ter encontrado nas alegações dos advogados de Bersa a jurisprudência necessária para recorrer à decisão do TRE que o afastou. “Isto posto, nego seguimento à insurgência por entender ausentes os pressupostos de admissibilidade específicos para o recurso especial eleitoral".

No trecho final, diz o ministro: “Demais disso, os autores já se encontram afastados dos cargos no município de Novo Repartimento, razão pela qual não se configura, na espécie, o periculum in mora. Reconduzi-los configuraria a alternância que a jurisprudência desta Corte busca evitar, porquanto geraria instabilidade no governo municipal e comprometeria a credibilidade da Justiça Eleitoral”.

Com isso, Valmira ganha sobrevida no cargo de prefeita. Bersa terá de aguardar, agora, a manifestação do plenário do TSE sobre o caso. Está em aberto, ainda, decisão do processo principal, que é o agravo de instrumento que visa destrancar o recurso especial.

Relembre
Segunda colocada nas eleições de 2008 para prefeito de Novo Repartimento, Valmira Alves Lima (PR) recebeu autorização da Justiça Eleitoral para assumir a gestão do município no último dia 28 de março. Ela já havia prestado juramento de posse no dia 17 de fevereiro, mas o prefeito cassado, Bersajone Moura (PSB), com Mandado de Segurança junto ao Tribunal Superior Eleitoral, reassumiu no dia seguinte, por força de liminar.

O prefeito Bersajone Moura e seu vice, João Ailton Cândido Silva (PTB), foram cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PA) em 15 de fevereiro. A coligação pela qual o prefeito concorreu em 2008 à reeleição é acusada de abuso de poder econômico e outras condutas vedadas pela legislação eleitoral.

Bersajone e João Ailton foram absolvidos em primeira instância pelo juiz local, mas o Ministério Público recorreu ao TRE/PA e o relator da matéria, o jurista André Bassalo, acatou a denúncia, propondo a cassação, que foi acatada por unanimidade.

Um dos objetos da denúncia aponta que em 2008, durante carreata eleitoral, prefeito e vice utilizaram veículos de construtoras que prestam serviço para a Prefeitura Municipal, prática vedada pela legislação.

[O prefeito afastado, Bersajones Moura (foto: Ananias Santos]

quarta-feira, abril 13, 2011

Marabá em poesia

Licor



*Ademir Braz






Pela noite cega, sob o mormaço do céu,

vai pela orla um roçar macio e quente

de saias, sedes, frenesis, ansiedade.

Um minotauro ruge. Em torno dele, a cidade

- metade bicho, outra metade gente -,

redemoinha áspera como um carrossel.

Não há luar. Nenhuma estrela sobressalta.

Há só promessa, na distante madrugada.

Enquanto baila o desvario sob a mansarda,

uma argamassa de suor luminescente

esmalta risos e amores na calçada,

dentro da noite de vinil sonora e mansa.


À minha ilharga alguém conversa em voz alta

e traça planos de beber com prostitutas:

“Essas meninas, diz um deles, são astutas...”

O outro, longe, distraído, nem o escuta,

eu olho e vejo nelas duas faces de criança.



A luz é prata deste lado da enseada;

a praia, além, um boto imerso em negritudes;

a festa em terra soa como arlequinada

e o rio no cio guarda no leito plenitudes.

Do prédio a prumo partem sons em revoada,

trincar de taças, gargalhadas e um perfume.

São artimanhas do amor, do negro ciúme

- inconfidências que o licor torna profanas.



Vive-se, aqui, à beira da sorte humana.



Há, neste multiplicar de luzes e espelhos,

signos arcanos, totens místicos, reflexos

da magia ancestral que põe no ar os nexos

do sonho, da água, das coisas transumanas,

e onde o destino imprime a ferro suas marcas.

Para além do horizonte, tecem as parcas

o inventário do que somos. E se engana,

ó deus do desperdício e das quimeras,

quem ouve só a melodia dos teares velhos,

enquanto a vida passa-lhe entre os joelhos!...

Só no aluguel!

Os altos custos de manutenção da entidade são a justificativa da nova diretoria da ACIM (Associação Comercial e Industrial de Marabá) para normatizar o uso das suas dependências - entenda-se auditório e sala de reuniões. Agora, para utilização daquele espaço, os interessados terão de pagar aluguel, mediante tabela fixada desde ontem no quadro de avisos e divulgada aos associados via e-mail.

Em texto assinado pelo presidente Italo Ipojucam de Araújo Costa, a ACIM faz a seguinte defesa: “Para que a ACIM possa continuar proporcionando benefícios, é necessário que tenha receita para sua própria manutenção. A entidade tem sobrevivido apenas com as mensalidades pagas pelos associados. Ocorre que somente as mensalidades não estão sendo suficientes para manutenção da estrutura colocada à disposição dos associados”.

O auditório da ACIM é acanhado, apenas 40 lugares, mas teria grande apelo devido a sua localização privilegiada, na sede da entidade, na Praça Duque de Caxias, Velha Marabá. Há muito tempo a associação vem tentando viabilizar a construção de um anexo no prédio, o qual contaria com um auditório amplo, capaz de receber seminários e eventos de maior proporção, mas a ideia nunca saiu do papel.

Segundo o comunicado, a cobrança de aluguel já está sendo adotada desde 1º de abril. Mesmo os associados terão de desembolsar para usar o auditório, ao que a diretoria promete preço diferenciado para quem estiver em dia com suas mensalidades.

Segundo a tabela, o uso do auditório por associados, com direito ao equipamento de audiovisual, sairia por R$ 136, por quatro horas no período da noite. Na mesma projeção, os não associados têm de desembolsar 176,80.

terça-feira, abril 12, 2011

Em Marabá

A Petrobras requereu à Secretaria de Estado de Meio Ambiente o licenciamento para a ampliação da capacidade de armazenamento da Base de Distribuição Secundária de Marabá. A base localizada na Estrada de Ferro Carajás, parece estar pretendendo se adequar ao crescimento do município, que promete ser intenso nos próximos anos.

Transamazônica sem DPRF em alguns dias

No último sábado participei de uma ótima mesa redonda no programa Rota 770 na Rádio Clube, com a participação do inspetor Alberto Brito, da Polícia Rodoviária Federal e com o comandante do 4º BPM, tenente-coronel Raimundo Cardoso [este último nos revelou ser leitor deste blog].

Na oportunidade, apresentei o meu protesto quanto à transferência da Delegacia da PRF para a BR-155 (antigo trecho da PA-150, entre Marabá e Eldorado do Carajás). Disse que não dormirei mais tranquilo em saber que os agentes federais não estarão mais guardando o portal de entrada de quem vem do Maranhão e Tocantins para esta região do Pará – pela Transamazônica.

Alberto, por seu turno, afirma que essa situação pode ser provisória. Segundo ele, já estão adiantadas as providências para um futuro posto da PRF no trevo de acesso a São Domingos do Araguaia, na confluência da BR-230 com a BR-153. Tomara!

A DPRF está com a mudança quase toda feita para o antigo posto da PRE, a 22 quilômetros da área urbana de Marabá (foto abaixo).

segunda-feira, abril 11, 2011

Veterinária

Estou feliz pelos amigos Rose e Arthur Wada, que na última semana finalmente conseguiram inaugurar a sua empresa Império Animal. Trata-se de uma veterinária com petshop e que tem como lema a atenção e carinho com os animais de estimação. Os meus votos de sucesso a esses jovens paranaenses recém formados e que elegeram Marabá como sua morada. Sejam felizes!

sábado, abril 09, 2011

No Estreito

Os impactos do reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) de Estreito – na divisa do Tocantins com o Maranhão foram discutidos no último dia 7 em Brasília, nos ministério das Minas e Energia (MME), do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente.

Foram discutidos os problemas enfrentados por pescadores e pequenos agricultores. Eles querem ser ouvidos pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste), que já iniciou o enchimento do reservatório.

O Ceste é acusado de não cumprir o Projeto Básico Ambiental (PBA), onde constam o desmatamento e o controle da área de inundação, monitoramento da qualidade das águas, ações para reposição de perdas e realocação da população rural e urbana, entre outros.

CPI da Saúde

Em meio a pressão popular, a Câmara Municipal de Tucuruí acaba de instalar, com aprovação unânime, uma CPI da Saúde. Integram a comissão: Antônio Carlos, o Titonho (PTB), Bena Navegantes (PP) e Tom Bonfim (PT).

A missão deles é investigar tanto o emprego correto de recursos na área da saúde, quanto auditar as gestões dos últimos secretários que já passaram pela pasta. O pedido de abertura de CPI foi apresentado ainda em 2010, pelo Bloco PT/PSC, levando em conta a precariedade do atendimento no Hospital Municipal. Será que essa história lembra o caso de um outro município?

Exército

O general-de-Brigada Humberto Madeira, comandante da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, será o anfitrião da imprensa e de convidados às 10 horas de segunda-feira para uma palestra sobre os desafios do Exército Brasileiro em 2011. O evento ocorrerá no Quartel General, na Folha 23 e faz parte das comemorações Semana do EB.

quinta-feira, abril 07, 2011

Inauguração do Unique mantida para o dia 27


A inauguração do primeiro shopping de grande porte na região, o Unique Parauapebas, está confirmada para o dia 27 de abril, daqui a três semanas, portanto. A diretoria do CORREIO DO TOCANTINS recebeu visita de cortesia do superintendente do empreendimento, Telmo Mendes, nesta quarta-feira (6), quando este convidou o Jornal para a série de três eventos que marcam a abertura do centro de compras.

Posicionado à beira da PA-275, na entrada da área urbana do município, o Unique tem 21.200 m² de área construída, com quatro lojas âncora, quatro salas de cinema operadas pela Circuito Cinemas, praça de alimentação com mais de 600 lugares e 126 lojas. Só dês estacionamento serão 800 vagas. A empresa responsável é a Urbia Commercial Properties, a mesma que assinará o futuro Unique Shopping Marabá. Integram o projeto a Premium Engenharia e o Grupo WTorre.

Segundo Telmo, na inauguração, 85% das lojas estarão instaladas na área comercial, entre elas as âncoras Americanas, Marisa e Avenida, mais a Livraria Nobel, Sol Informática, O Boticário, Cacau Show, entre outras. O cinema também já estará em funcionamento.

O superintendente explica, por exemplo, que na véspera da inauguração haverá um evento destinado a convidados, entre jornalistas, formadores de opinião, autoridades, clientes das empresas parceiras e outros.

Telmo afirma que a empresa está muito contente com o resultado e que o empreendimento alçará a região a um novo patamar, com um centro de compras e de diversão à altura do que pode ser encontrado nas capitais. Questionado quanto ao Unique Marabá, o executivo afirmou que o projeto sai do papel logo após a entrega da unidade de Parauapebas, e que será um shopping ainda maior.

Pátio já tem empreiteira



Saiu nesta quarta-feira (6) a definição sobre a empreiteira que vai assinar a construção do Shopping Pátio Marabá. Das três que estavam na concorrência, quem faturou a empreitada foi a Dan-Herbert, de Brasília (DF).

Segundo a assessoria do Pátio, a empreiteira tem mais de 20 anos de mercado, é especializada na construção de shoppings, entre eles os do grupo Mutiplan, como o Park Shopping de Brasília. As obras do centro de compras em Marabá iniciam em abril.

Na festa do Paulo Rocha

A ex-governadora Ana Júlia Carepa (PT) reapareceu. Foi na festa de 60 anos do seu camarada petista Paulo Rocha, ex-deputado federal. E o evento, no último dia 1º, foi cheio de pompas, com direito a show da banda Renato e Seus Blue Caps.

Como não poderia deixar de ser, o discurso do aniversariante foi permeado de avaliações políticas, elogios ao ex-presidente Lula e citações à Dilma Rousseff.

A festa contou com inúmeros parlamentares, como os deputados federais do PT de São Paulo, José Mentor e Devanir Ribeiro, além dos federais paraenses Zé Geraldo e Beto Faro, do PT, e José Priante, do PMDB.

Era esse, aliás, o silencioso compromisso que o prefeito de Marabá, Maurino Magalhães de Lima, tinha em Belém no último sábado. O que não foi divulgado pela sua assessoria.

Julgamento de Vavá Mutran é adiado para 9 de junho

O julgamento do ex-deputado Osvaldo dos Reis Mutran (o Vavá Mutran), que ocorreria nesta quinta-feira (7), foi adiado para 9 de junho, por decisão do juiz Edmar Pereira, presidente da 1ª. Vara do Tribunal do Júri de Belém, onde tramita o processo. Será o segundo julgamento de Vavá Mutran, hoje com pouco mais de 80 anos de idade. No primeiro, realizado em Marabá em 2005, ele foi absolvido do homicídio praticado contra David Ferreira de Abreu, de 8 anos. Por maioria dos votos os jurados acolheram a tese defensiva de negativa de autoria.


O Ministério Público do Estado (MPE) recorreu ao Tribunal de Justiça (TJPA), conseguindo anular a sentença absolutória. Também a pedido do MPE o Tribunal desaforou o júri do ex-deputado para a Comarca de Belém, sendo distribuído o processo eletronicamente para a 1ª Vara do Júri. A requerimento do advogado de defesa do réu, Osvaldo Serrão o juiz decidiu transferir para 09 de junho, no plenário Desembargador Elzaman Bittencourt, Fórum Criminal de Belém, Cidade Velha.


A defesa do fazendeiro alega negativa de autoria, e que teria sido um caseiro de nome Assis, que nunca foi encontrado, o autor dos disparos. O exame de pólvora combusta realizada nas mãos do réu atestou resultado negativo. A acusação, que será sustentada pela promotora Rosa Cordovil tentará provar que Vavá Mutran é o autor do crime. A representante do MPE se baseia em testemunhas que presenciaram o réu sacar a arma e atirar na cabeça da criança.


Conforme a acusação os garotos estavam jogando bola no terreno que ficava ao lado de sua chácara e estariam importunando o ex-deputado. Testemunhas informaram que o réu teria determinado aos garotos para saírem do local, e quando eles estavam se retirando o réu sacou o revólver da bolsa e fez dois disparos. O garoto morreu dentro da ambulância a caminho do Hospital Municipal de Marabá. (Com informações da Ascom TJE)

Disque-denúncia deve sair até agosto


O serviço de disque-denúncia em Marabá deve finalmente ser lançado no próximo dia 1º de agosto. A informação foi confirmada por diretores do Conjove (Conselho de Jovens Empresários) durante entrevista ao programa de rádio Rota 770, no último dia 2 de abril. Na oportunidade, o major PM Furtado destacou que a central funcionará nas dependências do quartel do 4º Batalhão de Polícia Militar.

Além do oficial da PM, o programa da Rádio Clube contou com a participação dos membros do Conjove: Marcelo Araújo (presidente), Hudson Silva Jr. (diretor de comércio e indústria) e Patrick Roberto (secretário geral), este último também na condição de jornalista. O debate é mediado pelo comunicador Elvan do Valle, setorista de polícia da rádio.

O conselho, como frisou Marcelo Araújo, foi a primeira entidade a dar apoio institucional à implantação do disque-denúncia, por considerar um serviço essencial para o setor de segurança pública. “A certeza do sigilo e da isenção, por ser controlado por uma ONG, estimula o cidadão comum a denunciar crimes e situações que possam prejudicar a vida em sociedade”, adiantou.

Patrick Roberto, por seu turno, lembrou que o disque-denúncia ainda dependerá de parcerias para se manter e que estas deverão surgir principalmente da iniciativa privada e de outras entidades. “Já implantado em Parauapebas, o serviço vem apresentando resultados surpreendentes na solução de crimes e prisão de bandidos. Ao longo de 2010 foram maus de 30 mil denúncias pelo telefone disponibilizado”, destacou.

Comércio
Os diretores do Conjove reconheceram que o policiamento tem sido maior e mais eficaz no Centro Comercial de Marabá, mas que as modalidades de crimes estão mudando e exigem a preparação da polícia para lidar com os mesmos. O alerta foi feito pelo comerciante Hudson Silva Júnior.

Segundo o diretor de comércio do conselho, a presença física da Polícia Militar é fundamental, com rondas no comércio não apenas durante o funcionamento das lojas, no horário comercial, mas também durante a noite, pois ainda há ocorrências de empresas arrombadas na madrugada, como aconteceu recentemente com uma grande loja da Marabá Pioneira.

Ao final do programa de 1h15 de duração, Elvan do Valle elogiou a ótima qualidade da participação dos diretores do Conjove, afirmando, que pelo volume de informações, convidará a entidade em outras oportunidades para o programa. O major Furtado também destacou a importância do apoio de organizações como o Conjove para o trabalho da polícia. (Assessoria Conjove)

quarta-feira, abril 06, 2011

Favorito de Dilma assume a Vale

Murilo Ferreira: favorito de Dilma assumirá a Vale. A substituição do executivo-chefe da maior empresa privada brasileira domina o noticiário há dois meses. Acresce que a Vale é, também, a segunda maior mineradora do mundo. E Murilo Ferreira, o futuro presidente, não é um personagem indiferente: ele já saiu da companhia duas vezes, tendo na última passagem presidido à Vale Inco, no Canadá - e além do mais é o candidato que a presidente Dilma Rousseff preferia, dizem analistas políticos.

Mas mesmo assim a sua indicação para substituir Roger Agnelli, que o governo pressionava para sair, foi uma meia surpresa. O mercado esperava por Tito Martins, que, aliás, substituíra Ferreira na chefia da operação canadiana.
 
Com currículo acadêmico e três décadas de experiência no setor, Murilo Ferreira vem da Studio Investments, uma gestora de participações, tendo há um mês avisado os sócios que ia retomar funções executivas em breve.

A dois passos do centenário

No dia 5 de abril, o CORREIO DO TOCANTINS circulou, como já tradicional, com edição especial em homenagem ao aniversário de emancipação político e administrativa de Marabá. Em termo editorial, com as reportagens que publicamos hoje, convidamos os nossos leitores a uma reflexão sobre o que é este município aos 98 anos.

Mesmo céticos, falamos sobre um futuro prometido, ligado a um projeto industrial – a Alpa -, muito festejado, mas que até agora não mostrou a que veio, nem em reflexos econômicos, muito menos em cumprimento das condicionantes para a sua implantação. De outro lado, um passado romântico e inspirador, mas que é pouco cultuado e se perde em registros históricos confusos e dependentes dos relatos dos poucos moradores tradicionais ainda vivos.

Desta forma, é patente que Marabá, a dois anos do seu centenário, tanto se alimenta de uma promessa de futuro ainda pouco factível, quanto tem uma dívida enorme com a sua memória.

Lamentamos, por exemplo, que uma figura da monta de Francisco Coelho da Silva, o fundador de Marabá, não tenha a sua trajetória de vida descrita em uma biografia, ou mesmo em um resumo que indique como era estruturada a sua família e que destino tiveram seus descendentes. Em 2011, o CT encontra e divulga sobre uma senhora de 63 anos que seria bisneta do pioneiro. Ela tem uma vida tão simples, quanto se pode imaginar o cotidiano de um ribeirinho da gema.

Mas e neste século, aos heróis de hoje, do cotidiano, a vida tem sido mais simples do que foi nos primórdios? Tanto quanto avançamos como sociedade, as nossas demandas ganham novo patamar.

Voltamos nossas esperanças quanto ao trânsito numa duplicação de rodovia que já chega defasada e sem que tenhamos um plano viário próprio. Enfrentamos um sistema de saúde falido como o do restante do País, porém permeado da intolerância de alguns profissionais e do fisiologismo político que enxerta apadrinhados nos cargos chave para o atendimento ao cidadão.

Hoje somos 233.462 habitantes, segundo o censo do IBGE e merecemos de aniversário, ampliar as nossas mentes, repensar as prioridades e sermos mais atuantes, enquanto cidadãos.

Em vários momentos da história de Marabá é possível encontrar registros de lutas em que a sociedade civil organizada teve papel preponderante, sobretudo tomando à frente em campanhas, quando o poder público mostrou-se pouco eficaz. Com o passar do tempo, inversamente proporcional ao avanço da democracia, parece que nos apequenamos, terceirizando o nosso destino aos governantes e até mesmo deixando de cobrá-los.

É o momento de virarmos a mesa e tomarmos as rédeas rumo ao nosso futuro, mais críticos e, principalmente, mais participativos.

Senhora de 63 anos seria bisneta de Francisco Coelho



À beira do rio Itacaiúnas, na Rua Benjamin Constant, já no bairro carinhosamente tratado por seus moradores como Cabelo Seco, mora uma mulher de 63 anos que pode guardar as memórias de família de três gerações de descendentes do fundador de Marabá, Francisco Coelho da Silva. O nome dela é Rute Coelho da Silva, que diz ser bisneta do comerciante maranhense responsável por fincar o marco do que seria mais tarde a cidade, a partir do seu comércio batizado de Marabá, uma referência ao poema de Gonçalves Dias. Mas a vida de Rute não tem poesia, é pautada por lembranças que diz ter da avó Joana e da mãe Constantina, as quais, revela ao CORREIO DO TONCATINS, nunca deixaram de se emocionar com o dia 5 de abril, data em que é comemorado o aniversário de emancipação do município.

A nossa reportagem soube da existência de Rute na última semana e a visitou na casa simples onde mora com a filha Léia, o marido desta e três netos. É o salário mínimo do genro, empregado numa lanchonete, que sustenta a família. A bisneta de Francisco Coelho, nome tão lembrado no histórico do município, sequer tem aposentadoria, pois na juventude trabalhou apenas na roça, como ela mesma narra. Rute nos recebeu no sofá da sala, com a neta ao lado. Com memória afiada, narrou várias passagens de sua infância e diz ter claro na mente o que sua mãe e avó sabiam sobre o ancestral ilustre.

O CT quis saber, então, porque a família é pouco conhecida como a descendência viva e legítima de Francisco Coelho. A isso, Rute responde que desde a sua avó, Joana, nunca houve o interesse em viver da imagem do comerciante, até mesmo pela vida simples que as gerações posteriores tiveram. Joana, por exemplo, nunca deixou de visitar o busto do avô na pracinha do bairro que leva o nome dele. Rute, aliás, afirma que o corpo de Coelho estaria enterrado naquele local. Era comum, antes da família virar evangélica, acender velas ao pé do monumento erguido em memória do pioneiro.

Constantina, por toda a vida, comemorou os aniversários de Marabá com a memória voltada ao avô, mas sempre o fez de forma simplória. Nunca participou da organização das comemorações de 5 abril e apenas os amigos mais próximos sabiam da sua descendência. “Era sempre um dia especial e nós percebíamos isso”, narra a bisneta ao falar da própria mãe.

Rute narra sobre o 5 de abril de 1960, quando a festa de aniversário de Marabá esteve ameaçada. Segundo ela, na véspera havia caído sobre a cidade uma chuva torrencial, com raios, trovões e ventania, a qual se arrastou pela madrugada da data da festividade. A bisneta de Francisco Coelho, então uma garota de 12 anos, presenciou quando a mãe, Constantina, fez uma prece ao avô para que a chuva passasse e foi o que aconteceu, garantindo, em mais um ano, a comemoração.

Em menos de um mês, quando pessoas de dentro da Prefeitura de Marabá descobriram sobre a existência de Rute Coelho, ela teve movimentada a sua vida antes pacata. Teria gravado depoimentos em vídeo para exibição nesta terça-feira, fora entrevistas para dois jornais. Questionada pelo repórter do CT se não faz tanta propaganda sobre a descendência de Francisco Coelho por algum tipo de constrangimento ela foi enfática em responder que não. “Tenho muito orgulho de ser bisneta dele”, garante. Nesse momento, ela buscou uma bolsa no quarto para mostrar a sua certidão de nascimento.

Histórico

Conta a tradição que, em 7 de junho de 1898, o maranhense, originário de Grajaú, Francisco Coelho da Silva, inaugurou um barracão comercial no encontro entre os rios Tocantins e Itacaiúnas. O nome Marabá passou, então, a designar também a pequena vila que ali foi formando-se. Com isso, aquele ano é tido como o da fundação de Marabá, só instalada como município em 5 de abril de 1913. A história de Francisco, no entanto, vai ficando esmaecida nos registros históricos desde então. Os livros passam a focar os homens responsáveis pela administração da nova cidade, assim como as famílias responsáveis pela tradição econômica.

Filha de Francisco, Joana casou-se com Olímpio de Souza Cabral e viveu em Carolina (MA) onde teve os filhos Antônio (morto aos 9 meses), Joana (morta aos 11 anos) e Constantina. Muito apegada ao pai, Joana volta a Marabá em 1908, mas já não o acha vivo. Ela permanece no município e vive até 1954, quando morre acometida de tétano, mesma enfermidade que teria matado o pai.

Já a filha Constantina viveu até os 76 anos, tendo morrido em consequência de doença cardíaca em 1990. O seu corpo, diz Rute, está enterrado no Cemitério da Saudade, na Nova Marabá.

Coube a Rute Coelho da Silva dar seguimento à linhagem que reside aqui. Aos 29 anos ela constituiu união com Messias Ribeiro de Carvalho, com quem nunca formalizou casamento civil ou religioso, mas com o qual viveu até a morte deste em 2005. Como descendentes vieram Raquel Coelho da Silva e Léia Coelho da Silva, esta última com a qual ela mora. A não formalização de casamentos na família ou a manutenção do nome de solteira é que teria garantido os sobrenomes “Coelho da Silva” até esta geração, explica Rute, quando questionada.

O fato de viver hoje à beira do rio no bairro que leva o nome do bisavô também não passa de uma grande coincidência garantida pelo destino. A filha mora ali há alguns anos, mas Rute, na infância, adolescência e vida adulta morou em diversos endereços, entre eles: Travessa 13 de Maio, Folha 28, Km 6 e Laranjeiras.

A pretensa bisneta de Francisco Coelho garante que este ano, como sempre tem feito a sua família, acompanhará com atenção a programação prevista para este dia 5 de abril e que manterá a tradição de visitar o busto do bisavô na pracinha do Cabelo Seco. “Estarei lá”, avisa.
 
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História apagada nos livros e registros

Com uma menção histórica que muito bem lhe poderia ter rendido uma biografia, Francisco Coelho da Silva simplesmente some dos livros e outros registros históricos, sendo citado apenas pela constituição do comércio no encontro dos rios e pela sua morte que teria se dado por tétano, mas em ano impreciso. Nada há que contextualize sua vida familiar, como casamento, filhos e perpetuação.

As próprias circunstâncias da morte do pioneiro guardam contradições, todas coincidentes apenas no ferimento no pé. Há quem diga que foi causado por arraia, outros por corte com um prego e até de um tiro no pé, por tiro acidental. Neste último caso, a morte teria se dado por gangrena.

Um dos livros mais usados para referenciamento, “História de Marabá”, de Maria Virgínia Bastos de Mattos, trata todos esses fatos no condicional, recorrendo a termos como: “Conta a tradição...”.

Guardiã do acervo histórico sob responsabilidade da Fundação Casa da Cultura de Marabá, Maria Augusta Inês diz que todo relato sobre descendentes de Francisco Coelho deve ser estudado com muito cuidado e de forma científica. Destaca que a morte do comerciante teria se dado em 1906, de acordo com histórico em poder da FCCM.

De outro lado, Inês lembra que o nome dele foi escolhido para batizar o futuro museu público municipal de Marabá, a ser instalado no Palacete Augusto Dias, na Marabá Pioneira.

Outra linhagem

A reportagem localizou Raimundo Reis Coelho de Carvalho, o Reizinho Pintor, morador da Folha 28. Aos 71 anos, ele diz ser neto de Inês Coelho da Silva, irmã legítima de Francisco Coelho. Também com memória afinada ele narra histórias que diz ter ouvido do pai, João Coelho Souza, sobrinho do pioneiro.

Segundo Reizinho, a família mudou-se definitivamente para o Pará em 1913, mesmo ano da instalação do município. João Coelho, por sua vez, é nascido em 24 de agosto de 1901, em Goiás, mas foi criado onde hoje é o município de Itupiranga, localidade que também abriga o túmulo de Inês Coelho.

O pintor garante não saber o destino dos descendentes do seu tio-avô, e surpreende-se ao ouvir do repórter do CORREIO DO TOCANTINS sobre a história de dona Rute. Reizinho diz nunca ter ouvido falar dela, mas acredita ter lógica tudo o que é narrado por ela. “Quero conhecê-la”, afirmou.

sábado, abril 02, 2011

Adepará

Portaria emitida pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará institui Grupo Especial de Trabalho para apresentar um Modelo para informatização do controle de propriedades, proprietários, rebanhos e culturas. De acordo com a portaria, o processo de controle deverá contemplar a automação na emissão de documentos e relatórios de trânsito, dando oportunidade à informação em tempo hábil para o acompanhamento e condução das etapas de campo.

A Adepará cria também o Grupo Especial de Trabalho para apresentar uma estrutura organizacional compatível às atuais necessidades operacionais da instituição, em termos de qualidade para atualização do regimento interno.