segunda-feira, junho 20, 2011

Ameaçados de morte serão ouvidos em Marabá

A Defensoria Pública vai ouvir pessoas ameaçadas de morte que vivem na região. A Força Nacional, que faz parte da Operação Defesa da Vida, escoltou 9 pessoas da cidade de Nova Ipixuna para Marabá, na última sexta-feira (17), as quais afirmam terem sofrido ameaças, principalmente por pessoas ligadas a madeireiros daquela região. Entre as pessoas escoltadas está uma irmã do extrativista morto no mês passado em Nova Ipixuna, José Cláudio Ribeiro da Silva, junto com sua esposa Maria do Espírito Santo.

Todas essas pessoas já estão temporariamente protegidas e, só com o término dos testemunhos, que aconteceram ontem, e com os de hoje é que a situação definitiva desses ameaçados será divulgada.

Até as 16 horas de hoje, todas as pessoas já terão sido ouvidas. Os defensores querem saber quais são as ameaças que elas sofrem e também se essas ameaças estão relacionadas a alguma militância em direitos humanos, para a partir daí buscarem uma estratégia de proteção para cada uma delas.

A Coordenação Estadual do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Pará, através do seu coordenador Márcio da Silva Cruz, é quem decidirá sobre a inclusão das pessoas ameaçadas de morte no programa de proteção. Este Núcleo ainda conta com o apoio de órgãos federais, estaduais e entidades da sociedade civil.

Para terem direito a escolta 24 horas por dia, as pessoas ameaçadas devem aderir ao programa espontaneamente. O programa segue regras e não podendo impor a proteção para ninguém. Os interessados são quem devem procurá-las e aceitá-las.

A coordenação estadual já autorizou proteção para 16 pessoas, que aguardam a implementação pelos órgãos de segurança e, outras 7 pessoas já vivem sob essa proteção no Estado. Mas é comum que os ameaçados não aceitem proteção. Como por exemplo, o bispo da ilha de Marajó, Dom Luiz Azcona, conhecido por denunciar o abuso sexual contra menores, e o narcotráfico na ilha.

O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos tem consciência do risco que ele e outras pessoas sofrem, mas não podem fazer nada com relação à escolta, pois certos ameaçados se negam a aderir o programa. Três juízos são seguidos para que o ameaçado faça parte do programa. Ele tem que querer, tem que ser militante em direitos humanos e tem que sofrer ameaças em razão disso.

O programa de proteção visa garantir que tais pessoas sigam com a militância em seu local de origem, pois se elas se afastam dos ideais, também se distanciam do programa. Há situações em que essas pessoas recebem atendimentos de assistentes sociais e de psicólogas e, se continuam no programa uma escolta é providenciada para a cidade em que vive. (Camila Ishibashi – com informações da ABr.)

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