Campanha que perdura há mais de uma década teve o seu desfecho esta semana com a publicação da Lei Nº 12.220, de 12 de abril de 2010, no Diário Oficial da União. Por meio dela, o presidente da República em Exercício, José Alencar, decreta que o Aeroporto de Marabá passa a ter o nome de “João Corrêa da Rocha”, em homenagem ao industrial gráfico e jornalista que, nos idos de 1975, empreendeu luta pela abertura do terminal a voos comerciais.
O assunto tramitou no Congresso Federal como Projeto de Lei (PL) O PL 5909/05, proposto pelo deputado Nilson Pinto (PSDB-PA) apenas em 2005, embora a ideia seja anterior. A proposta era de atribuir ao Aeroporto de Marabá a denominação de João Correa da Rocha.
“O empresário e jornalista João Corrêa da Rocha, por meio de seu periódico Notícias de Marabá, empreendeu, por volta de 1975, campanha na qual defendia a ampliação do Aeroporto de Marabá, para que este viesse a fazer frente às necessidades da população e do empresariado de transporte aéreo regular”, justificou Nilson Pinto na Câmara Federal.
No seu parecer, quando o assunto esteve na Comissão de Educação e Cultura, o deputado Lira Maia (DEM/PA) ressaltou: “Hoje, o Aeroporto de Marabá destaca-se pelo intenso movimento de passageiros e de cargas, em razão do ascendente progresso do sul do Estado do Pará. E o trabalho diuturno de João Corrêa da Rocha, em diferentes épocas, pela ampliação do aeroporto, reconhecimento e abertura de novas linhas aéreas, e a quebra do monopólio permitindo a livre concorrência no transporte aéreo, naquela cidade e região, tornou-se realidade”.
Histórico
Neta de João Rocha, o qual faleceu na primeira metade da década de 1990, a jornalista Márcia Xerfan disse que o reconhecimento pleiteado pela família há um bom tempo é mais que merecido, tendo em vista a dedicação do seu avô a essa luta, com uma mobilização que há época chegou a ser ridicularizada por alguns, mas que, ao produzir resultado efetivo, contribuiu em muito para o progresso da região.
Márcia lembra que a luta a época era pela ampliação do aeroporto e liberação do mesmo para outros voos comerciais, quebrando o monopólio da antiga Votec. Na época, a Varig pleiteava a concessão para operar rota.
“Ele sempre tratava o assunto no boletim dele (Notícias de Marabá) e nos colocava para recolher assinaturas de pessoas na rua, na Av. Antônio Maia, para um abaixo-assinado. Para todas as pessoas a gente tinha de justificar”, rememora a jornalista sobre o avô, destacando, ainda, que João Rocha chegou a receber uma carta de agradecimento da Varig, reconhecendo o seu esforço, assim como foi levado a Imperatriz (MA), para viajar no voo inaugural para Marabá.
Questionada sobre o pleito da família de um antigo guarda-pistas, funcionário do aeroporto, para que o terminal levasse o nome deste, Márcia Xerfan afirmou ter conhecimento do assunto e que também seria justo, mas na visão dela, este obteve méritos no cumprimento do seu ofício de funcionário da Infraero, enquanto João Rocha não tinha motivo algum de ordem direta para encampar a luta que travou pela aviação comercial.
“É claro que essa quebra de monopólio, essa abertura e novo momento aconteceria mais cedo ou mais tarde, mas foi a luta dele (João Rocha), em um momento em que Marabá era área de segurança nacional e que as decisões eram tomadas pelos coronéis, é que fez a diferença. Foi uma luta de Davi contra Golias. Nem a população acreditava e até ria da nossa campanha no meio da rua”, relembra.
2 comentários:
Seu Rocha. Esse merece sim. Eu nem sabia que esse aeroporto não tinha nome ainda. Achei q já tinham colocado de algum político. Sempre puxam saco de alguém.
Bravo... Querido Avô!!!!!!
Postar um comentário