sexta-feira, maio 28, 2010

Vale nega dinheiro para nova Câmara e irrita vereadores

A previsão de inauguração do novo prédio sede da Câmara Municipal de Marabá (CMM) para este primeiro semestre de 2010 está ameaçada. Em sessão realizada esta semana, a presidente Júlia Rosa expôs que a mineradora Vale comunicou a ela que não poderá arcar com o aporte de R$ 1.281.617,00 pretendido pelo Legislativo para equipar o plenário e comprar mobiliário.

Ao falar sobre o assunto aos colegas vereadores, Júlia não escondeu que está contrariada com o ocorrido e falou até em “sentimento de traição”. O montante seria o restante de um repasse total de R$ 1.981.617,76 acordado pela CMM com a empresa ainda na presidência do vereador Miguel Gomes Filho, na Legislatura passada. Foi na gestão de Miguelito que a obra foi iniciada. À época, a mineradora chegou a garantir parcela de R$ 700 mil, segundo a assessoria da Câmara.

“Depois de tantas idas ao Rio de Janeiro, a Belém e conversas por telefone, sermos tratados como moleques, é não ter qualquer respeito pelo nosso Município”, queixou-se a presidente no plenário, para enfatizar, em seguida: “O prefeito Maurino Magalhães foi o único parceiro na construção da nova Câmara. O restante todo foi com recurso próprio da Casa”.

Durante o pronunciamento, o vereador Miguelito pediu um aparte e informou que em reunião com a diretoria da Alpa (Aços Laminados do Pará – empresa da Vale), indagou quais os investimentos que a empresa pretendia fazer na área de saúde, haja vista a precariedade do serviço em Marabá, e recebeu de resposta que a mineradora só irá colaborar na reforma do atual prédio do Hospital Municipal de Marabá.

Quanto ao tema, os demais vereadores presentes à sessão foram unânimes em sugerir que a Câmara pressione a Vale para cumprir com o que fora acordado. Apesar disso, o Jornal apurou que não existe um documento formal garantindo esse repasse de recursos para a obra da Câmara de Marabá, a não ser um “acordo de cavalheiros”.
Vale
Ouvida sobre o assunto, Regina Rozin, da área de Comunicação da Vale, confirmou que a empresa já colaborou com a construção da nova sede da Câmara assumindo R$ 700 mil em mobiliário, junto à empresa Todeschini.
Segundo ela, o que houve esta semana foi um retorno para a CMM quanto a novo pedido de apoio, do qual a resposta foi de que tal colaboração não está prevista no orçamento da mineradora para este ano, mas que a empresa avalia a possibilidade de encaixar o apoio no seu orçamento para 2011.

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